Frete subiu 6,03% em fevereiro, impulsionado por alta do diesel

Reajustes na tabela da ANTT, aumento da Selic e crescimento da atividade econômica também exerceram papel importante

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Bomba de diesel (Foto: divulgação)
Bomba de diesel (Foto: divulgação)

De acordo com dados da última análise do Índice de Frete Edenred Repom (IFR), o preço médio do frete por quilômetro rodado em fevereiro foi de R$ 7,39 no País, o que representa uma alta de 6,03% ante janeiro.

“Este aumento relevante no preço médio do frete por quilômetro rodado em fevereiro identificado pelo IFR já era algo esperado pelo mercado, por conta de reajustes e aumentos nas principais variáveis que influenciam essa composição. A atualização da Tabela de Frete da ANTT, e o aumento da taxa básica de juros (Selic) tiveram impacto direto nos custos do transporte. Ademais, o aquecimento do setor industrial com destaque para a construção civil, somado à retomada da movimentação do agronegócio, ampliou a demanda por transporte, fator que também contribuiu para essa alta”, explica Vinicios Fernandes, diretor da Edenred Repom.

O executivo também ressalta que, com o reajuste da Petrobras para o diesel e o aumento da alíquota do ICMS sobre os combustíveis , ambos em vigor desde 1º de fevereiro, o preço do diesel também sofreu alta, e acabou por exercer papel importante no aumento do custo médio do frete registrado em fevereiro.

“O diesel representa uma parcela muito importante dos custos operacionais do transporte rodoviário, e qualquer variação no seu preço traz consequências diretas ao valor do frete. Com os aumentos de 4,6% no diesel S-10 e de 4,65% no comum em fevereiro, registrados pelo Índice de Preços Edenred Ticket Log, o IPTL, esse custo acaba sendo repassado ao frete para manter a viabilidade das operações das transportadoras, também provocando a alta no preço médio do frete por quilômetro rodado”, finaliza Fernandes.

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Segundo o Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, desenvolvido em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), para encher um tanque de 55 litros, 6,2% da renda mensal familiar fica comprometida no quarto trimestre de 2024. O dado corresponde ao valor médio nacional, com maior impacto no Nordeste (9,9%) e Norte (8,5%), enquanto o Sudeste (5%) e Centro-Oeste (5,1%) registraram os menores percentuais.

O percentual revela que o poder de compra se manteve praticamente estável entre o último trimestre de 2023 e o mesmo período de 2024, seja na média nacional (6,2%) ou das capitais (4%). Entretanto, quando analisados regionalmente, há grandes diferenças e desigualdades justificadas pela variação na oferta e demanda de combustível nas localidades e pela diferença de nível e variação de renda.

Todos os combustíveis, em fevereiro, registraram alta em seus preços médios na comparação com janeiro do mesmo ano. O diesel comum e o diesel S-10 lideraram os aumentos, com variação de 4,6% cada, seguidos pelo etanol (3,9%), gasolina comum (2,9%), gasolina aditivada (2,8%) e GNV (0,1%).

No acumulado do primeiro bimestre do ano, os combustíveis que mais encareceram foram o etanol hidratado (6,6%), diesel comum (5,2%) e diesel S-10 (5,1%). Em 12 meses, os preços seguem em elevação, com destaque para o etanol hidratado, que subiu 22,1%.

O preço médio nacional da gasolina comum foi de R$ 6,434 por litro, com alta de 2,9% no mês e 10,3% nos últimos 12 meses. O Norte (R$ 6,869) e o Nordeste (R$ 6,511) registraram os maiores valores, enquanto os menores preços foram observados no Sudeste (R$ 6,274) e Sul (R$ 6,434). O etanol foi comercializado a uma média de R$ 4,437 por litro, subindo 3,9% no mês e 22,1% no acumulado de 12 meses. Os preços mais elevados foram encontrados no Norte (R$ 5,207) e Nordeste (R$ 4,912), enquanto os menores valores foram no Sudeste (R$ 4,321) e Centro-Oeste (R$ 4,477). Já o diesel S-10 teve preço médio de R$ 6,533 por litro, registrando um avanço de 4,6% no mês e 7,9% nos últimos 12 meses. Os maiores preços foram verificados no Norte (R$ 6,827) e Centro-Oeste (R$ 6,676), enquanto o Sul (5,5%) apresentou a maior variação mensal.

De acordo com o Indicador de Custo-Benefício Flex, em fevereiro de 2025, o preço médio do etanol correspondeu a 72,2% do valor cobrado pela mesma quantidade de gasolina, na média das UFs. Comparativamente, na média das capitais, a relação apurada entre os preços foi bastante similar, correspondendo a 72,7%.

O patamar acima de 70% favorece a vantagem de preço do etanol sobre a gasolina, tornando o abastecimento com gasolina melhor em termos de custo-benefício. No entanto, as variações de preço por região mostram um cenário um pouco mais favorável para o etanol em estados como São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Há um ano, o indicador em fevereiro de 2024 estava em seu menor nível histórico (ao menos, desde 2017), o que tornava o etanol uma opção bastante competitiva no país todo.

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