Fundos de investimento têm a melhor captação líquida até outubro desde 2012

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A captação líquida da indústria de fundos no mercado doméstico alcançou R$ 1,2 bilhão em outubro, revertendo o resultado negativo observado no mês anterior. Com esse desempenho, a indústria acumula captação líquida de R$ 80,5 bilhões no ano, o maior resultado para o período desde 2012, como mostra o Boletim de Fundos de Investimento divulgado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Os ingressos foram liderados pelas categorias Renda Fixa (R$ 6,6 bilhões) e Previdência (R$ 3,0 bilhões). A performance destas duas categorias mais do que compensou os resgates líquidos registrados pelos fundos Multimercados (R$ 4,1 bilhões) e FIDC -Fundo de Investimento em Direitos Creditórios – (R$ 4,4 bilhões).
“A indústria de fundos continua dando mostras de sua solidez e recuperando o protagonismo na carteira dos investidores. A melhora do cenário econômico só tende a consolidar este movimento”, afirma Carlos Ambrósio, vice-presidente da Anbima.
O destaque do mês foram os fundos de Previdência. Além do ingresso líquido de R$ 3 bilhões, a categoria acumulou R$ 32,1 bilhões entre janeiro e outubro, o maior para o período desde o início da série, em 2002. O resultado reflete a retomada da trajetória de crescimento dos fundos de Previdência, compatível com condição de principal alternativa para a formação de poupança previdenciária complementar para os brasileiros.
Em termos de rentabilidade, a liderança coube aos fundos de ações, influenciados pela expressiva valorização do Ibovespa, de 11,23% em outubro. Novamente as valorizações das ações de empresas com elevada participação no Ibovespa, como Vale e Petrobras, levaram os Fundos de Ações FMP‐FGTS e de Mono Ação a apresentarem as maiores rentabilidades da indústria no mês, de 23,38% e 20,92%, respectivamente.
A indústria de fundos de investimento encerrou outubro com patrimônio líquido de R$ 3,343 bilhões no mercado doméstico, volume 1,09% superior ao do mês anterior. No ano, o crescimento é de 13,35%.

Mercado de capitais

O acesso das empresas brasileiras ao mercado de capitais continua dando mostras de retomada ao longo deste ano, ainda que permaneça abaixo dos volumes registrados em 2015.
As captações no mercado doméstico chegaram a R$ 4,8 bilhões em outubro. As operações foram lideradas pelas debêntures, que responderam por 67,2% de todo o volume captado, equivalente a R$ 3,2 bilhões. No período, foram realizadas algumas operações de grande porte, como a oferta da AES Sul Distribuidora Gaúcha de Energia, que movimentou R$ 1,1 bilhão; a operação da CPFL Energia, de R$ 620 milhões; e a captação do Terminal de Contêineres de Paranaguá, distribuída a todo tipo de investidor (ICVM 400), com volume total de R$ 607,5 milhões.
No campo das ofertas internacionais, as captações seguem o ritmo acelerado iniciado em maio deste ano. Em outubro, foram realizadas mais duas: a da Votorantim Cimentos, que captou US$ 500 milhões, e a da Ultrapar, de R$ 750 milhões, ambas com títulos de dívida e prazo de 10,1 anos.
Outubro marcou também a primeira abertura de capital do ano, com o IPO da Alliar. As colocações tendem a continuar: as operações com ações em análise ao final do mês pela Anbima incluíam tanto ofertas iniciais como follow‐ons.
“Os sinais de melhoria do cenário político e econômico se refletem na disposição das empresas em buscar o mercado de capitais, que está pronto para cumprir o seu papel de fonte de recursos de longo prazo para financiar o desenvolvimento do país”, afirma José Eduardo Laloni, diretor da Anbima.

Renda Fixa e Variável

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No segmento de renda fixa, foram realizadas em outubro ofertas com CRIs e FIDCs no valor de R$ 758 milhões e R$ 46 milhões, respectivamente. Não houve captação com notas promissórias no período. No segmento de renda variável, foi a mercado a oferta do Centro de Imagem Diagnósticos, com volume de R$ 766,4 milhões, a nona operação com ações em 2016, elevando para R$ 8,8 bilhões o volume das captações com ações no acumulado dos dez primeiros meses. O montante reflete uma queda de 52% em comparação ao mesmo período de 2015. Na mesma base de comparação, as ofertas corporativas com títulos locais de renda fixa, que totalizam R$ 56,6 bilhões até outubro, também apresentaram queda, de 19,2%.

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