Os fundos de pensão Valia, Petrus, Previ e Funcef sofreram prejuízo de R$ 100 milhões por comprarem R$ 368 milhões em debêntures lançadas pela Teletrurst em dezembro de 1996. A operação foi coordenada pelo Banco Marka, e tinha como garantia recebíveis representados por direitos de usos de linhas telefônicas de 14 companhias de telefonia, à época estatais.
Os direitos se desvalorizaram depois, causando a perda. A informação foi dada pelo senador Saturnino Braga (PSB-RJ), da CPI dos Bancos. Segundo Saturnino, a ordem para os fundos comprarem todas as debêntures teve “a mesma origem da ordem para o socorro ao Banco Marka”, e falta apenas descobrir “quem deu as ordens”.
Ele esteve ontem, juntamente com o relator da CPI, senador João Alberto (PMDB-PI), tratando do assunto na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Saturnino disse ainda ser “evidente” que houve ação deliberada para juntar as duas pontas: as empresas de telecomunicações e os fundos de pensão de estatais.
Um dos aspectos que causou estranheza, segundo João Alberto, foi que praticamente todas as emissões eram de empresas ou grupos do mercado de capitais, com exceção da realizada pela Teletrust e outra, da Global Trust, no valor de R$ 250 milhões e que também teve a participação do Marka. Nessa operação, o Marka atuou como agente fiduciário (espécie de representante dos investidores) e não como coordenador.