Fusão de controlador do Carrefour mexe com os mercados

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Carrefour (Foto: José Cruz/ABr)
Carrefour (Foto: José Cruz/ABr)

Tudo indica que a Alimentation Couche-Tard, empresa canadense de lojas de conveniência (sendo a principal bandeira a Circle K), quer adquirir a rede francesa Carrefour (controlador do Carrefour Brasil). A informação, que foi confirmada nesta quarta-feira pelo Carrefour como fato relevante, fez com que as ações da companhia listadas lá fora (CA) e aqui (CRFB3) estejam acumulando uma alta de 16.5% e 12.5%, respectivamente, nos últimos dois dias.

Conforme a Bloomberg, o preço discutido inicialmente estaria em torno de €20.0 por ação, o que seria um prêmio de 12% ao preço atual ou 30% em relação ao fechamento de segunda-feira.

A XP investimentos postou nesta quarta-feira uma análise sobre a transação. Por que a ação do Carrefour Brasil está subindo?

Segundo a XP, caso a fusão ocorra, o preço pago pela Couche-Tard irá refletir tanto as operações na Europa como as no Brasil, que representam em torno de 20% da receita total da rede francesa. Dessa forma, uma melhor avaliação do grupo implicaria que a empresa canadense estaria vendo um maior valor potencial tanto nas operações da Europa como nas brasileiras.

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Mas por que a ação do Pão de Açucar estaria subindo também? A XP explica que a performance positiva das ações do GPA (PCAR3), subindo 4% no mesmo período, decorre de uma leitura comparativa entre as duas companhias. Caso a fusão seja de fato confirmada, isso levaria a um re-rating de CRFB3 e, potencialmente, do setor como um todo.

O mercado precifica uma probabilidade de 54% da fusão ocorrer. Mas de acordo com a Couche-Tard, ela está somente analisando potencial fusão com o Carrefour e, portanto, a fusão não está confirmada.

 

Ações da Couche-Tard

 

Diferentemente das ações do Carrefour, as ações da Couche-Tard na verdade estão acumulando uma queda de 12% no mesmo período, sinalizando que o mercado não viu a notícia como positiva do ponto de vista da companhia. “Na nossa opinião, a visão negativa pode ser explicada por dois principais pontos:(i) movimento para o formato de super/hipermercado não ser óbvio, uma vez que seu modelo de negócio se baseia em formatos de conveniência e lojas de postos de gasolina e (ii) ganhos de sinergias parecem limitados, dado o posicionamento geográfico das companhias em diferentes continentes além dos formatos possuírem modelos de negócio específicos”, destacou a análise da XP.

“Entendemos que há um risco de a transação não ocorrer, o que poderia levar a uma correção das ações do Carrefour dos níveis atuais. Mantemos Neutro e preço alvo de R$ 22,0 por ação”, acrescentou

 

 

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