Fusões e aquisições no Brasil encolheram 26% no primeiro trimestre

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Relatório trimestral do TTR (Transactional Track Record) sobre o primeiro trimestre, divulgado nesta terça-feira, mostra que o mercado de fusões e aquisições brasileiro fechou o período com uma queda de 26% no volume de transações em comparação com o mesmo período de 2019. Fundos de Private Equity e Venture Capital estrangeiros reduziram seus investimentos em empresas brasileiras em 30%, em relação ao primeiro trimestre de 2019, reportou o TTR.

O TTR é uma plataforma de desenvolvimento de negócio e pesquisa de transações que fornece conteúdo para empresas privadas e listadas que fazem negócios na Espanha, Portugal, América Latina e Caribe.

A maior transação no período foi a conclusão por R$ 2 bilhões da aquisição pela nigeriana IHS Towers, da CSS (Cell Site Solutions), fornecedora de soluções de infraestrutura. No total, foram movimentados R$ 44 bilhões no Brasil em fusões e aquisições com 239 transações envolvendo empresas locais.

Houve uma brusca interrupção de uma tendência de alta que se repetia trimestre a trimestre desde 2018. Já no tocante ao valor total transacionado, foram movimentados aproximadamente R$ 44,1 bilhões, o que representa um aumento de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior”, destacou o relatório.

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O tecnológico continua na liderança com 55 transações, seguido pelo setor imobiliário e o setor financeiro com 33 transações cada. Em terceiro lugar, aparece o setor de higiene cuidados da saúde, que não apresentou variação e se manteve com 24 transações.

 

Venture capital

A análise histórica concluiu este é o primeiro trimestre menos dinâmico dos últimos três anos. O dado mais positivo foi o número de investimentos de Venture Capital (modelo de investimento em empresas de médio porte que já possuem carteira de clientes e receita, mas que ainda precisam dar um salto de crescimento) que avançou 6% no primeiro trimestre, somando 52 operações.

As transações envolvendo esses fundos tiveram um aumento de 129% no total do valor transacionado, totalizando R$ 1,84 bilhão, em relação ao mesmo período de 2019. O setor mais procurado pelos fundos foi o de Tecnologia onde foram registradas 30 transações, informou o relatório.

Ao contrário de antes, as aquisições de empresas brasileiras por estrangeiras no setor de Tecnologia e Internet, tiveram uma redução de 47%. No sentido contrário, foram mapeadas no primeiro trimestre onze transações onde empresas brasileiras realizam aquisições no exterior, sendo os Estados Unidos o destino preferido, com cinco transações realizadas.

As operações transnacionais mapeadas pelo TTR no primeiro trimestre refletem uma diminuição considerável em relação ao mesmo período de 2019. O volume de aquisições realizadas por empresas dos Estados Unidos no Brasil sofreu uma redução de 35%, porém mantiveram a posição como as que mais adquiriram empresas brasileiras, com quinze negócios e um total de BRL 1,4bi transacionados, seguido por Singapura, França e Canadá, todos com três transações cada.

Negócio do trimestre

 

A conclusão da aquisição pelo grupo nigeriano IHS Towers da da empresa brasileira de infraestrutura de telecomunicações Cell Site Solutions, fornecedora de soluções de infraestrutura, foi o destaque do primeiro trimestre. A Cell pertencia ao Goldman Sachs e Centaurus Capital LP. O negócio foi firmado em dezembro de 2019.

A IHS Towers é a maior provedora de infraestrutura de telecomunicações móveis da África, Europa e Oriente Médio em número de torres e a terceira maior empresa multinacional independente de torres do mundo. O grupo nigeriano já declarou que pretende tornar-se o principal operador e desenvolvedor de infraestrutura de telecomunicações compartilhada em mercados emergentes.

A topografia e as áreas urbanas compactas do Brasil fornecem fatores macroeconômicos favoráveis para a implantação de 4G e 5G”, disse em dezembro o presidente da IHS, Sam Darwish, em comunicado.

Em lei brasileira o comprador contou com a assessoria do escritório Souza, Mello e Torres, enquanto no lado vendedor esteve o Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados. O Banco Itaú BBA e o Citigroup foram os assessores financeiros da transação.

 

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