Futuro de ações é a solução?

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A partir da próxima terça-feira, o pregão da Bovespa oferecerá mais um produto para os investidores: o mercado futuro de ações. Tal instrumento foi criado e desenvolvido pela Bolsa de Nova York, na década de 70, do século passado. Devido às divergências entre a Nyse e a SEC, o mercado não chegou a funcionar. Então, os dirigentes da Bolsa do Rio resolveram fazer a adaptação para a cultura brasileira.
Porém, não contavam que aquilo, que era uma forma séria de negociação no mercado norte-americano, não teria a mesma característica no Brasil, pois foi transformado em mecanismo para o controle das autoridades econômicas. Assim, em fevereiro de 1980, para freiar a forte alta das ações, por pressão do então ministro Delfim Neto, o colegiado da Comissão de Valores Mobiliários resolveu mudar as regras do jogo e mandou aumentar substancialmente as margens para afetar os contratos em vigor e provocar grandes prejuízos para aqueles que estavam na ponta de compra.
Naquele anos finais da ditadura, não havia Procon e os direitos individuais eram desrespeitados. Agora, em novas condições, resta saber: o novo mercado futuro de ações terá regras fixas que serão respeitadas para os contratos em vigor? E serão sempre respeitadas?

Quais serão as locomotivas?
No mercado futuro de ações da Bolsa do Rio se destacaram dois megainvestidores: Alfredo Grunsen e Nagi Nahas. A movimentação das posições deles garantia a liquidez que possibilitava a participação de pequenos e médios investidores. O instrumento, no entanto, começou a desaparecer quando Grunsen preferiu o mercado de opções e desapareceu quando Nahas o trocou pelo de opções e futuro de índice.
Assim, fica a segunda pergunta: o que será feito para estimular a liquidez? A criação pura e simples nada garante.

Boliviano compra a LAB
O empresário Ernesto Asbún adquiriu 50,3% das ações da Lloyd Aéreo Boliviano que pertenciam à Vasp, que foi forçada a se desfazer de sua participação devido às acusações de fraudes durante cinco anos de administração e que estão sendo investigadas pela Fiscalização Geral da Nação. A transferência de ações foi notificada por Wagner Canhedo ao presidente da Bolívia, Jorge Quiroga. E Asbún, que também é proprietário da rede Boliviana de Televisión, evitou revelar o montante da transação, alegando uma cláusula de confidencialidade.
Com a venda, acaba o processo contra Canhedo?

Qual a ligação da Embraer com a Airbus?
Quando foi anunciada a queda de um avião da American Airlines no bairro do Queens, em Nova York, as ações da Embraer, fabricante da jatos regionais, tiveram forte baixa na Bovespa e cotação das ações preferenciais chegou a recuar até 6,29%, enquanto as ordinárias caíram até 6,95%. Depois, prevaleceu o bom senso e as perdas foram sendo reduzidas.
Nas bolsas internacionais, fazendo sentido, houve pressão vendedora nas ações do grupo aeroespacial europeu EADS – que controla 80% da fabricante de aviões Airbus – que chegaram a registrar desvalorização de até 12,29%, com a cotação em 12,20 euros. As ações dessa companhia perderam 28% de seu valor desde os ataques terroristas de 11 de setembro. As da Embraer, no entanto, no mesmo período sofreram desvalorização de 34,61%.

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