A construção de políticas públicas precisa da participação de toda a sociedade, e o G20 Social no Brasil foi uma construção inédita na história do Fórum, resultado da presidência brasileira ao grupo e adotou como lema “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”.
Ao longo de 2024 foi feita uma articulação entre o governo, sociedade civil e movimentos populares para aumentar o engajamento social coordenado pelos ministérios e estimular eventos dos movimentos sociais. A intenção era levar propostas da sociedade aos processos decisórios do G20.
A Cúpula Social do G20 ocorre entre os dias 14 a 16 de novembro de 2024, antes da Cúpula dos líderes mundiais do G20, no Rio de Janeiro. Nesse período a Cúpula Social mostrará o trabalho desenvolvido ao longo do ano visando a construção de políticas públicas que concretizem valores como a justiça social, ambiental e a redução das desigualdades sociais. Durante esses três dias estão ocorrendo debates e conferências propostos pela sociedade e plenárias onde serão formalizadas as intenções que chegarão aos chefes de Estado por meio do presidente da República.
As articulações estudantis pela preservação da Amazônia, a erradicação da fome e da pobreza, a promoção da economia circular, a realidade das pessoas atingidas por desastres climáticos, estavam na agenda do primeiro dia de debates da Cúpula Social do G20 no Museu do Amanhã, Rio de Janeiro (RJ). No painel “Mapeamento da biodiversidade e arqueologia da Amazônia“, discutiu-se a necessidade de maior fomento à proteção dos territórios e da bioeconomia.
Entre as primeiras atividades realizadas no primeiro dia do G20 Social, no Rio de Janeiro, o público pode refletir sobre a importância do trabalho das catadoras e catadores de materiais recicláveis na transição para uma cadeia produtiva limpa e justa, arquitetada por fundamentos da economia circular.
Ativistas discutem impactos dos eventos climáticos no Brasil. Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) alerta para a dificuldade de acesso a políticas pública após tragédias como a de Mariana, Minas Gerais. Os estudantes destacam a luta pela preservação da Amazônia. O tema sobre bioeconomia aborda soluções baseadas na própria natureza, que não é dependente apenas do uso de fontes de energia fósseis, ou que aposta em energia limpa e minimiza os danos causados à natureza. Na prática se você recicla uma embalagem, ou reutiliza uma garrafa ou utiliza uma roupa biodegradável, está contribuindo para a bioeconomia.
No G20 Social também escutaremos a voz dos oceanos. Ancorada em Paranaguá, litoral do Paraná, a família Shurmann combate a poluição oceânica e estimula a conscientização de todos por meio do lema “Recolher, Repensar, Ressignificar”. A tripulação sabe que as maiores vítimas da poluição oceânica são as populações costeiras vulneráveis, como marisqueiras, pescadores e populações originárias, cujas fontes de renda e alimentos dependem dos mares. Reduzir o uso de plástico é mais do que uma escolha individual; é uma responsabilidade coletiva e um pilar para um futuro sustentável.
Imagine um mundo onde todas as vozes são ouvidas, onde cada pessoa tem o poder de transformar e construir um futuro mais justo, mais inclusivo, mais humano. É esse o espírito do G20 Social, a trilha inovadora criada pelo Brasil, que, junto às tradicionais trilhas de Sherpas e Finanças, abre espaço para o debate popular dentro do grupo das maiores economias do mundo.
Mais de 40 mil pessoas da sociedade estarão presentes nesses três dias trazendo importantes colaborações para a Cúpula. Mauro Vieira, Ministro das Relações Exteriores, afirmou que sem a participação da sociedade o sucesso da presidência brasileira não seria tão grande. Espera-se que o G20 Social, consolide o compromisso de garantir que diferentes realidades sejam contempladas nas decisões tomadas pelos líderes mundiais no G20 sobre economia e governança globais. O texto acima pode ser acessado aqui.