Conversamos sobre o G4 Educação com Tallis Gomes, cofundador, mentor e presidente da edtech dedicada a negócios e empreendedorismo.
O que faz o G4?
O G4 é um ecossistema de negócios que usa a educação como canal para preparar empresas brasileiras para o crescimento. Essa preparação passa pela educação física e online, onde ensinamos todos os elementos que compõe um negócio, como vendas, marketing, gestão e processos.
O nosso grande diferencial no business de educação é que nós não temos acadêmicos ensinando, pois 100% dos nossos professores é composto por empresários e executivos de negócios com grande crescimento e com grande expressão global. Nós estamos falando de empresários como a Cris Junqueira, CEO do Nubank, o Fabricio Bloisi, CEO do Ifood, o ex-ministro Paulo Guedes, que foi cofundador do BTG, e o Caio Poli, responsável pela operação da 99.
Esses empresários ensinam a forma como eles gerem os seus negócios a empresários de pequenas e médias empresas, sem bullshit time, pois é direto ao ponto com programas curtos, de dois a três dias, sem muito rodeio.
Ao educar esses empresários, nós criamos a oportunidade de vender um software, pois ele também precisa educar o seu time. Isso porque como educar o time através dos nossos programas de educação física talvez não seja viável, pois os tickets são muito altos, já que os nossos programas são feitos para donos e C levels, nós criamos o G4 Skills, software que utiliza Inteligência Artificial (IA) para fazer o assessment da companhia.
Basicamente, o G4 Skills faz um conjunto de perguntas, e, com base nas suas respostas, ele gera um diagnóstico de maturidade da companhia por área, além de quebrar a análise por cada pessoa da empresa. Assim, a IA pode dizer ao empresário que a sua área de vendas não está tão madura em comparação a outras empresas que estão na sua faixa de faturamento e no seu segmento. Como nós temos mais de 45 mil clientes, nós temos uma amostragem estatística para darmos esse tipo de dado.
A IA cria um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) para todas as pessoas, focando nas que estão fazendo a área mais imatura e permitindo um acompanhamento do gestor, que passa a ter um robô fazendo o PDI. Com isso, não é necessário ter um RH tão extenso e tão especializado. Esse é o produto que mais cresceu e que complementa a parte educacional do G4, pois permite ao gestor a replicação de tudo o que ele aprendeu dentro da sua empresa.
O G4 também possui as comunidades, que são uma espécie de educação continuada. Essa é uma forma de suporte, pois o empresário senta junto com outros gestores, que vivem fases parecidas com a sua, mas de outros segmentos, para trabalharem em soluções para os seus negócios. Além disso, eles fazem um programa de formação de 12 meses para terem uma formação continuada e para se desenvolverem cada vez mais como gestores.
Entre as comunidades, nós também temos o G4 Club, que é uma espécie de lead. Trata-se de um clube de negócios, formado por empresas maiores, com um faturamento mínimo de R$ 15 milhões para se candidatar ao grupo. Para ingressar, existe um comitê de membros que aprova ou não a entrada. Esse é nosso produto de marca, o nosso Bugatti, pois não adianta querer comprar, já que temos que dizer se você pode comprar.
Esses produtos compõem o ecossistema de negócios do G4, que também conta com fornecedores externos de software que indicamos para o nosso ecossistema para que ele tenha um bom CRM (Customer Relationship Management), um bom ERP (Enterprise Resource Planning) ou uma boa agência de marketing. Esses são produtos homologados que passaram pela nossa curadoria para que pudessem ser indicados aos empresários.
Como surgiu o conceito do G4?
O G4 surgiu em 2019. Nessa época, eu sofri um acidente gravíssimo de paraquedas ao errar um pouso, quebrei a tíbia e a fíbula, e fiquei uns 6 meses acamado. Como eu precisava me ocupar, decidi escrever um livro. Para isso, fiz um estudo analisando os comportamentos das 100 maiores empresas do S&P500 nos últimos 50 anos que fizeram com que elas se tornassem as maiores. Nesse estudo, eu vi a Kodak sendo maior que a Sony, para depois a Sony ser maior que a Kodak. A GE sendo gigante para depois diminuir. Vi o nascimento do Google, da Amazon e do Facebook, agora Meta.
Foi dessa forma que encontrei um paralelo: todas as companhias que chegavam ao topo do S&P500 tinham um conjunto de práticas que chamei de Gestão 4.0, inspirado na Indústria 4.0, que é justamente a forma como elas fazem um novo modelo de gestão que permite a uma empresa como a Amazon, fundada em 1994, se tornar a maior varejista do mundo, desbancando outros varejistas americanos como o Wallmart, fundado em 1962.
Como eu tenho um grupo de pôquer, que possui alguns dos principais fundadores de techs do Brasil, eu aproveitei e apresentei a ideia do livro. Foi quando os meus sócios, Alfredo Soares e Bruno Nardon, me disseram que a ideia era muito bonita, mas que poucas pessoas leriam um livro como esse, dada a sua complexidade. Foi daí que surgiu a ideia de montarmos um curso, o que geraria muito mais dinheiro e entregaria muito mais valor.
Inicialmente, eu não gostei da ideia, pois achava que já tinha muito bullshitteiro fazendo isso na internet. Foi quando o Alfredo me disse uma coisa que mudou a minha visão: “Cara, é exatamente por só haver bullshiteiro fazendo isso que gente de verdade como a gente deveria fazer isso. Não tem ninguém fazendo isso. Imagine se, quando estivéssemos começando, nós tivéssemos caras como nós para nos dar o caminho das pedras.”
Depois de ficar pensando nisso, chamei a galera, criamos a empresa e um programa educacional de imersão e soltamos no meu Instagram para testarmos se haveria interesse. Seria uma imersão de fim-de-semana, no valor de R$ 10 mil, onde apenas 50 seriam aprovados, e quem quisesse participar do processo de aprovação teria que deixar um depósito de R$ 1 mil. Se a pessoa fosse aprovada, ela teria que pagar mais R$ 9 mil, e se não fosse, nós devolveríamos os R$ 1 mil.
Quando 500 pessoas se cadastraram em um dia, nós vimos que havia um negócio muito maior na nossa frente. Rapidamente, nós deixamos de ser um programa de educação e vislumbramos o que hoje é o G4, um ecossistema de negócios que usa a educação como canal para preparar a nova geração de empresários brasileiros.
Qual o foco do G4?
O foco do G4 é preparar as pequenas e médias empresas para que elas se tornem grandes. Esse modelo de preparação passa por técnicas, como de vendas, crescimento, gestão de pessoas e construção de processos, até a cultura. No Brasil, pouco se fala de cultura, que se tornou um assunto proibido, pois ou se fala de culturas que estão condizentes com a pauta ESG (Environmental, Social and Governance) ou não se fala de cultura.
O ESG possui boas práticas, como a parte de governança, mas será que todas as empresas precisam ter um programa de diversidade, prática que é amplamente promovida? Será que o Seu João, que tem uma fábrica no interior do Brasil, que emprega 150 pessoas e que faz R$ 50 milhões num ano, deixando R$ 5 milhões nas suas mãos, precisa de uma área de diversidade ou será que ele precisa pegar esse dinheiro, que seria investido numa área de diversidade, e investir na formação dos seus empregados ou na criação de um novo canal que o faça crescer e gerar mais empregos? Esse tipo de direcionamento não existe hoje no mundo acadêmico de negócios, só no G4.
O resultado disso é que na média, e nós temos mais de 45 mil empresas como clientes, os nossos clientes crescem 122% um ano após passar por um programa do G4, mas é importante destacar que o G4 não tem fórmula mágica, pois os nossos clientes são pessoas competentes e estudiosas. É por isso que eles conseguem crescer tão rápido, o que faz com que o potencial de indicação do G4 também cresça, o que, por consequência, faz com que o nosso custo de aquisição de clientes seja baixo, a nossa margem de contribuição seja alta e a nossa capilaridade aumente exponencialmente. Atualmente, nós temos um NPS (Net Promoter Score) de 94, talvez o maior do setor, o que faz com que o nosso crescimento orgânico seja muito grande.