Galípolo mantém gastança: alta de juros torra 2x isenção do IR

Desde setembro, gastança do BC soma R$ 204 bilhões ao ano; Copom eleva juros em 1pp e prevê nova alta, menor, em maio

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Integrantes do Copom, do Banco Central do Brasil, BCB, à mesa de reuniões
Integrantes do Copom (foto de Raphael Ribeiro, BCB)

O Comitê de Política Monetária (Copom) surpreendeu ninguém ao elevar a taxa de juros básica Selic em 1 ponto percentual (pp), como havia avisado na reunião no final de janeiro. Com o aumento determinado pelo órgão do Banco Central (BC), os juros vão a 14,25% ao ano.

Cada alteração de 1pp sobrecarrega a dívida líquida (DLSP) em R$ 54,5 bilhões. O valor é o dobro do que a Receita Federal prevê que deixará de arrecadar (R$ 27 bilhões) com a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais e reduz os tributos até a faixa de R$ 7 mil, projeto que beneficiará 20 milhões de contribuintes.

Desde o atual ciclo de alta de juros, em setembro de 2024, mantido pelo atual presidente do BC, Gabriel Galípolo, indicado por Lula, os juros passaram de 10,5% para 14,25%. Esse aumento de 3,75pp representa um impacto anual na dívida pública de R$ 204 bilhões.

Em comunicado divulgado após a reunião desta quarta-feira, o Copom alega que, diante da “continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso”, antevê, “em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”. A decisão foi unânime.

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Galípolo conquista mercado

Nesta quarta-feira, pesquisa da Genial/Quaest mostra que o mercado financeiro segue desaprovando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva: 88% dos entrevistados avaliam como negativo o governo do petista, 8% como regular, e 4% o consideram positivo.

Galípolo, porém, está conquistando a simpatia do mercado: 45% têm avaliação positiva sobre o presidente do BC, 41%, regular, e apenas 8% negativa. Foram entrevistados, 106 gestores, economistas, analistas e “tomadores de decisão” do mercado financeiro, entre 12 e 17 de março. A margem de erro é de 3,4 pontos percentuais para mais ou para menos.

Fernando Haddad caiu no conceito do mercado financeiro. Em dezembro, 41% consideravam sua administração à frente do Ministério da Fazenda como positiva; agora são apenas 10%. Os que avaliaram a gestão de Haddad como negativa passaram de 24% para 58%.

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