Garantia

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Desde o início de junho as empresas financeiras de capital externo estabelecidas na Argentina são obrigadas a informar publicamente se suas matrizes respondem por suas operações no mercado local. A medida tenta evitar a repetição do ocorrido após a queda do regime De La Rúa, quando os correntistas que acreditavam na solidez dos bancos multinacionais foram deixados na mão. No Brasil e fora do mercado financeiro medida assim impediria casos como o da norte-americana AES, que não controla diretamente suas empresas no Brasil e que hoje estão inadimplentes com o BNDES.

Os intelectuais & o PT
Um dos 22 intelectuais participantes do encontro, no último dia 22, com o presidente Lula, a filósofa Marilena Chauí mudou de opinião em relação ao governo. Em tom emocionado, ela se rendeu aos argumentos de professores notáveis das três universidades públicas estaduais paulistas, além de representantes de sindicatos do funcionalismo, que participaram esta semana na USP de debate sobre o pacote da Previdência: “Esta reforma rende mais do que qualquer privatização feita por Fernando Henrique, que é uma negociata. Isso é de muita gravidade para nós, petistas, e força o deslocamento do campo político para o ético”, afirmou Chauí.
Para ela, o primeiro grande equívoco do governo foi tomar como prioritário um tema da agenda do presidente FH. E, ao fazer essa escolha, abriu uma brecha que tende a se tornar um grande abismo com sua base social e política de sustentação, “que elegeu este governo e está sendo afastada desse governo”. “Esse equívoco  produz exclusão. Temos o dever histórico de enfrentar a reforma. Do resultado de nossa ação, depende o que vai acontecer com o restante do nosso governo. É uma hora muito grave. Precisamos impedir o colapso, o fracasso e a direitização de um governo de esquerda que nós construímos. Esse governo não pode começar com uma negociata. Não foi para isso que nós trabalhamos durante 30 anos”, desabafou.
Participaram ainda do encontro, entre outros medalhões ligados ao PT, Aziz Ab”Saber, Wilson Cano, Chico de Oliveira, Warwick Kerr, Octávio Ianni e Fábio Comparato. Ao fim, foi aprovado por aclamação manifesto contra a política econômica.

Desembarque
Também presente ao encontro, o professor Wilson Cano, da Unicamp, sintetizou o sentimento de boa parte da intelectualidade petista, ao afirmar que, ao invés de “vivermos o sonho da reconstrução, estamos vivendo um pesadelo”. E lembrou que a seguridade social teve superávit de R$ 33 bilhões em 2002: “Se aprovada a reforma, teremos um sistema perverso de regressão na distribuição de renda neste país, um Robin Hood às avessas, que tira dos remediados, não para dar aos pobres, mas para dar ao sistema financeiro”.

Especulação
O professor Warwick Kerr (Inpa-Manaus) expressou, no encontro, o seu desencanto, dizendo que, após ter votado em Lula três vezes, “se continuar do jeito que está, não voto na quarta”: “Se aprovado o fim da aposentadoria integral, teremos uma drenagem de cérebros nas nossas universidades. Lula encontrou aposentadoria integral e paridade entre ativos e aposentados. Aos 81 anos, isso me tem feito um bem danado. Trabalho de graça desde os 70 anos, quando me aposentei. Esse dinheiro que vão tirar da gente será que é para os trabalhadores mais pobres? Não. O dinheiro vai para a especulação financeira mais rentável”, criticou.
Ex-integrante do gabinete paralelo do PT, o professor Aziz Ab”Saber (USP, Unesp) também criticou a tentativa do governo de abafar a CPI do Banestado: “É um crime nacional. O governo não quer CPI, mas quer fazer essa reforma inútil da Previdência”.

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