Gás com cheirinho de subsídios

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O parágrafo 2º do artigo 5º da Lei de Murphy assegura que nada é tão ruim que não possa piorar. O projeto da nova Lei do Gás está aí para comprovar. Um lobby no Senado quer alterar o já ruim texto enviado pelo Governo Bolsonaro para inserir a criação de termelétricas para operar na base do sistema elétrico.

Traduzindo: hoje, as térmicas a gás são utilizadas como energia de reserva, só acionadas em caso de baixa produção das hidrelétricas e de outras fontes renováveis. E são assim pois poluem, usam um recurso que não é eterno e são mais caras.

Um especialista no setor bombardeia a proposta: “Mais um lobby específico que deixa os estados produtores de gás natural sem diferencial, viabilizando gasodutos de transporte antieconômicos para o interior. O projeto em tramitação já não é bom e com essa modificação no Senado ficaria pior. Além de forçar térmicas para base no interior, pode encarecer o mix de energia produzida no país. Lamentável!”

As indústrias, que acreditaram na conversa de que a Lei do Gás vai reduzir os preços, são contra a alteração. Avaliam que, para viabilizar a construção dessas térmicas sem interesse econômico, serão necessários subsídios para construção dos gasodutos.

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O Novo Mercado de Gás (NMG) completou um ano em agosto. A face mais visível dele foi o Termo de Compromisso de Cessação de Prática (TCC) firmado pela Petrobras com o Cade. Com exigências inéditas, obrigava a estatal a alienar seus ativos de transporte e distribuição de gás natural. A ideia vendida pelo governo é que a estatal monopolizava o setor e com isso o gás era caro. Análise tão verdadeira como uma nota de R$ 2 transformada em uma de R$ 200 (têm o tamanho idêntico).

O monopólio sobre gás e petróleo acabou em 1995, início do primeiro Governo FHC. De lá para cá, a concorrência não se estabeleceu, por falta de interesse e de competência das empresas do setor. Quem garante o abastecimento continua sendo a Petrobras. E com preço justo, até o Governo Temer decidir adotar os preços internacionais.

Aí está a ilusão: quem entrar no mercado de gás vai trabalhar com os valores do mercado mundial. Isso é que tem deixado os preços dos combustíveis aqui elevados. Qualquer outra promessa vai desembocar na conhecida privatização dos lucros e socialização dos prejuízos.

 

Raio X da consultoria

Consultores têm a oportunidade de participar da pesquisa anual Perfil das Empresas de Consultoria no Brasil 2020. O levantamento, tendo à frente o consultor Luiz Affonso Romano, detalha o mercado, que tem crescido nos últimos anos e que mantém perspectivas otimistas para os próximos.

Diante de cenário ainda de retração econômica e instabilidade política, a demanda por serviços de consultoria tem ganhado um novo perfil, com ingresso de executivos em transição de carreira, aposentados e reformados militares com múltiplas experiências e de jovens num mundo sem emprego”, assevera Romano à coluna.

Ele lembra que as empresas de apenas um consultor representam 80% das consultorias no país e vê uma tendência crescente de formação de parcerias, trabalho home office e coworking, principalmente com o advento da pandemia. Para participar, o profissional deve acessar aqui.

 

Menos que assalariado

O Google faturou R$ 11,7 bilhões no Reino Unido em 2019 e pagou R$ 321 milhões (3%) em impostos. A Amazon, menos ainda: vendeu R$ 100 bilhões na terra da rainha e arcou com R$ 105 milhões (0,1%) em impostos. Alguém tem dúvidas de quanto esses gigantes pagam aqui no Brasil?

 

Rápidas

A Clínica São Vicente e a Oncologia D’Or realizam, em 17 e 24 de outubro, o seminário online “Cuidados da Paciente com Câncer de Mama”. Voltado para os profissionais de medicina, o seminário vai colocar em destaque a importância da integração multidisciplinar desde o diagnóstico até o pós-tratamento *** O dólar está caro, para nós, mas o U.S. Commercial Service quer aumentar as vendas online para brasileiros e realizará o webinar “Como fazer vendas internacionais para o Brasil”, em 28 de outubro *** O Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp) promoverá evento online sobre o “Estado Democrático de Direito e litigância estratégica”, sexta-feira, 17h, no YouTube.

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