Gastos com transporte têm queda de 23,50%, consumo de energia cresce

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Entre os meses de janeiro e julho, os gastos com transporte diminuíram em julho 23,50% em comparação com o primeiro mês do ano. Foi o que apontou levantamento da startup Mobills com mais de 136 mil pessoas analisadas. Para esse recorte, a empresa considerou os gastos cadastrados com as palavras: transporte, aplicativos de transporte, táxi, ônibus, estacionamento, combustível, gasolina, etanol, álcool e diesel.

Em março, início da quarentena no Brasil, os gastos com transporte tiveram uma queda de, aproximadamente, 19,46% em comparação com fevereiro. Em abril e maio, os gastos com essa categoria continuaram a diminuir, atingindo a maior baixa em maio, uma queda de 45,37% em comparação com os gastos em janeiro. Para o CEO da Mobills, Carlos Terceiro, a queda consecutiva de gastos nessa categoria está relacionada com a adesão do isolamento. "A maioria das pessoas que aderiram ao home office não tiveram gastos no período com o deslocamento casa/trabalho e a manutenção para quem possuía um carro, também diminuiu", explica.

Já nos meses seguintes – junho e julho – os números apresentaram crescimento. Em junho, mês que tivemos aumento da flexibilização do isolamento em muitos estados houve aumento de 13,02% em comparação com maio. Em julho, os gastos com transporte voltaram a aumentar, no total 23,90% em comparação com junho.

Nos dois primeiros meses do ano, o valor médio registrado com transportes era de R$ 277,46. Em março, o valor diminuiu em 9,99% comparação com fevereiro. Em abril e maio o tíquete médio continuou apresentando queda, sendo que em maio atingiu o menor valor de R$ 219,42. Em junho e julho, a média voltou a aumentar, atingindo R$ 225,08 e R$ 244,92, respectivamente.

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Apesar do aumento, Carlos destaca que o valor de julho ainda é 12,87% menor do que a média apresentada em janeiro. "Mesmo com a flexibilização muitas pessoas continuam trabalhando em home office. Muitos também perceberam que algumas despesas com locomoção podem ser diminuídas ou feitas com outros meios de transporte, como de bicicleta ou até a pé", finaliza.

Por outro lado, o consumo de energia apresentou alta de 2,5% na primeira quinzena de setembro em relação ao mesmo período no ano passado, consolidando a tendência de retomada das atividades econômicas do país. O volume de energia consumido entre os dias 1º e 15 deste mês foi de 63.660 MW médios, contra 62.113 MW médios verificados um ano antes, de acordo com os dados preliminares que compõem o boletim InfoMercado Quinzenal, divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

No Ambiente de Contratação Regulada (ACR), que reúne os consumidores cuja compra de energia é feita pelas distribuidoras, o consumo manteve-se praticamente estável em setembro (+0,1%), somando 43.343 MW médios. Já no Ambiente de Contratação Livre (ACL), em que os consumidores podem escolher o fornecedor da sua energia, o avanço foi de 7,9%, chegando a 20.318 MW médios.

Expurgadas as migrações para o mercado livre, o ACR verificaria alta de 2,2% e, o ACL, elevação de 3,2%. Os autoprodutores ampliaram seu consumo em 6,35%, para 2.245 MW médios.

Mesmo com o retorno gradual das atividades, que foram reduzidas devido à pandemia de Covid-19, os segmentos de veículos (-5,0%), serviços (-4,3%) e transporte (-3,5%) ainda registram as maiores quedas no consumo. No entanto, com retrações mais amenas do que nos meses anteriores. A maioria dos segmentos, por outro lado, aumentou seu consumo: saneamento (28,2%), comércio (20,6%) e bebidas (14,6%). Parte do aumento está diretamente vinculado à migração dos consumidores para o ACL.

Ao expurgarmos o efeito da migração para o ACL, verifica-se crescimento do consumo nos ramos de bebidas (10,6%), minerais não metálicos (10,6%), químicos (9,3%), madeira, papel e celulose (8,4%), manufaturados diversos (6,1%) e metalurgia e produtos de metal (5,0%).

A geração de energia no Sistema Interligado Nacional – SIN avançou 3,4% na primeira metade de setembro ante mesmo período em 2019, saindo de 64.450 MW médios para 66.621 MW médios. O destaque ficou por conta da elevação na produção das usinas hidráulicas (16,7%), eólicas (12,6%) e fotovoltaicas (24,2%). Apenas as usinas térmicas apresentaram queda em sua geração (-36,8%), incluindo a biomassa, que vinha apresentando elevação de geração nos últimos meses.

Autoprodutores apresentaram, nos primeiros 15 dias de setembro, uma geração 10,5% inferior ao verificado um ano antes, para 1.359 MW médios.

 

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