Genérico: diferença para remédio de referência pode ser de mais de 3.500%

Custo de vida avança na Região Metropolitana de São Paulo influenciado por preços de remédios

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Medicamentos (Foto: ABr/arquivo)
Medicamentos (Foto: ABr/arquivo)

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (ProGenéricos), os medicamentos genéricos representam 38% das vendas de medicamentos no Brasil. Desde a criação da Lei nº 9.787, em 1999, os genéricos proporcionaram mais de R$ 281 bilhões em economia para a população. Nos EUA, onde os genéricos têm mais de 50 anos, o índice é de aproximadamente 60%. Segundo a Associação Americana de Medicamentos Genéricos (GPhA), os americanos economizaram em torno US$ 1,46 trilhão com a compra de genéricos, na última década.

Em outros mercados como Espanha, França, Alemanha e Reino Unido, mais maduros, a participação desses medicamentos é maior: 51%, 62%, 57% e 74%, respectivamente.

Pesquisa da Cliquefarma/Afya, ferramenta que compara preços de medicamentos e produtos farmacêuticos, aponta, por exemplo, uma diferença de 3.565,35% do preço médio de um genérico para disfunção erétil (R$ 6,69) e o de referência (R$ 245,21), considerando as mesmas concentração e quantidade de comprimidos.

O estudo revela que um tratamento com anticoagulante com um comprimido por dia, por um ano, pode apresentar uma diferença de valor da ordem de 2.276,46%, variando de R$ 187,72, preço médio do genérico, para os R$ 4.461,09 do medicamento de referência. Ainda segundo dados da Cliquefarma/Afya, no último ano, o medicamento genérico mais pesquisado foi para diabetes, seguido por anti-inflamatório, remédio oncológico, medicação para hipertensão e anticoncepcional.

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De acordo com a ProGenéricos, no Brasil, 79% dos consumidores compram ou já compraram medicamentos genéricos. A associação destaca ainda que cerca de 90% das doenças conhecidas podem ser tratadas com genéricos; 85% dos medicamentos distribuídos no programa Farmácia Popular são genéricos; e dos 20 medicamentos mais prescritos, 15 já são para genéricos.

Tanto que na Região Metropolitana de São Paulo, o Custo de Vida por Classe Social (CVCS), calculado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) com base nos dados do IBGE, subiu 0,24% em abril. Diante desse resultado, o CVCS acelera em relação à estabilidade observada no mês anterior. No acumulado de 12 meses, a variação é de 2,8%, nível abaixo dos 4,32% registrados no mesmo período do ano passado.

O crescimento nos gastos do grupo saúde (1,02%) apontou a maior contribuição no resultado do custo de vida em abril, principalmente em razão do reajuste nos preços dos remédios. Esse aumento foi sentido por todas as classes sociais, desde as famílias com renda mais baixa (até 10 salários mínimos) até as com renda mais alta (acima de 10 salários mínimos). A alta atingiu diversos produtos: antibióticos (3,5%), hipotensores e hipocolesterolêmico (2,7%) e psicotrópicos (1,2%), além de produtos dermatológicos (2,4%) e de beleza (2,2%).

Essa pressão sobre o setor da saúde já era esperada pela Fecomércio-SP graças ao reajuste anual dos medicamentos, que ocorreu a partir do dia 1º de abril. No entanto, para a entidade, o aumento foi pontual, ou seja, não deve se repetir nos próximos meses – ao contrário do setor de alimentos, que deve sentir os impactos das enchentes do Rio Grande do Sul.

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