Segundo o Mapa de Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil da Serasa, a geração Z (nascidos entre a segunda metade da década de 1990 até o início da década de 2010) é a segunda mais individualizada no país, com 34,1% dos seus membros com a verba comprometida. Ainda de acordo com o estudo, a crise econômica pós-pandemia, marcada pela alta inflação e queda no poder de compra, agravou essa situação. No entanto, o grupo mais individualizado é o dos baby boomers (nascidos entre 1946 e 1964), que lidera o ranking com 35,1% de inadimplência.
A pouca diferença de porcentagem entre as faixas etárias acende um alerta. Para o CEO da iCred, Túlio Matos, a inadimplência e o nome negativado de grande parte da população economicamente ativa impactam a economia como um todo.
“O endividamento afeta principalmente o setor de comércio e serviços, que percebe uma redução nas vendas e contratações, e consequentemente, acaba promovendo cortes. Dentro de pouco tempo, a geração Z vai representar a metade do mercado de trabalho, então é um efeito em cadeia que reduz o crescimento do país”, alerta.
O especialista explica que o padrão de consumo destes grupos etários possuem diferentes nuances. Enquanto os baby boomers compraram mais bens duráveis e fizeram poupanças, a geração Z caminha em sentido contrário. Segundo a pesquisa “Melhores Hábitos Financeiros”, feita pelo Bank of America, 57% da geração Z não está preparada para viver nem três meses sem salário.
Para ele, em alguns casos, o empréstimo pode ser uma saída; seis de cada 10 pessoas pretendem solicitar crédito extra em agosto e setembro, segundo a pesquisa Mapa Serasa Crédito.
Ainda segundo a Serasa, em seu Indicador de Demanda dos Consumidores por Crédito, em agosto, no Sudeste, houve queda em todas as unidades federativas, sendo Minas Gerais o estado com a menor retração (-3,4%) e o Rio de Janeiro com a maior (-13,9%). Na visão nacional, em agosto de 2024 houve retração de -6,9% na busca dos brasileiros por recursos financeiros na variação anual. Esta é a maior queda do ano até agora e, na visão por renda pessoal mensal, aqueles que recebem até R$ 500 foram os que menos procuraram no período.
“A taxa Selic elevada torna o crédito mais caro e menos acessível, enquanto a inflação persistente corrói o poder de compra das famílias, forçando-as a priorizar gastos essenciais. Além disso, a incerteza econômica e o aumento do desemprego criam um ambiente de cautela, onde tanto consumidores quanto empresas hesitam em assumir novas dívidas. Esse cenário é agravado pelo alto nível de endividamento já existente, que limita ainda mais a capacidade de buscar novos financiamentos. Em tempos de volatilidade, a estabilidade financeira se torna uma prioridade”, avalia o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.
Em agosto, apenas os estados do Amazonas (15,4%) e Amapá (7,5%) não demonstraram queda na demanda dos consumidores por crédito.
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Mais evidente em estados como SP (5,3%), RJ (5,2%), SC (4,2%) e DF (4,9%), com participações acima da média nacional (3,6%).
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