O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), avaliou que a Corte tem responsabilidade sobre o aumento do número de partidos políticos no país, nos últimos anos. Para ele, o STF cometeu um grande erro ao derrubar a cláusula de desempenho em 2006 e complementar a decisão no julgamento da fidelidade partidária.
Na ocasião, a Corte determinou que quem saísse da sigla perderia o mandato, a não ser que fosse para criar uma nova legenda
"O resultado é que o STF deu a senha para essa multiplicação de partidos", disse em entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues, no Poder em Foco, que foi ao ar pelo SBT ontem à noite.
O ministro analisou o momento político atual no país e foi taxativo ao afirmar que não vê riscos à democracia.
"Não vejo risco de ruptura democrática e não vejo também o presidente comprometido com esse ideário", ressaltou.
Durante uma hora de entrevista, Gilmar Mendes falou ainda de itens que estão na pauta do Supremo neste ano, como o andamento de ações referentes à Lava Jato, o vazamento de mensagens supostamente trocadas entre integrantes da força tarefa dessa investigação e recursos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Eu acompanho esse processo do presidente Lula no exterior e devo dizer que a Justiça brasileira fica em luzes pouco positivas", concluiu.