Gleisi Hoffmann diz que denúncias da Lava Jato não têm materialidade

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A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) se defendeu nesta sexta-feira das acusações de ter recebido R$ 1 milhão de contratos da Petrobras para sua campanha ao Senado em 2010, conforme apontado por delatores investigados pela Operação Lava Jato. Ontem, a senadora e seu marido, o ex-ministro do Planejamento e Comunicações, Paulo Bernardo, foram indiciados pela Polícia Federal por corrupção passiva na Operação Lava Jato.
De acordo com Gleisi Hoffmann, falta materialidade nas denúncias.
– O que era para ser feito em 90 dias levou um ano. Tudo foi milimetricamente investigado. Estive na Petrobras? Não! Conversei alguma vez com Paulo Roberto Costa ou com Alberto Youssef? Não! Eles disseram que me conheciam? Não! Que eu tinha participado, era beneficiária ou conhecia o esquema de dinheiro na Petrobras? Não! Isso consta do inquérito – afirmou.
Segundo a Polícia Federal, Paulo Bernardo teria pedido a quantia ao ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, para custear a campanha. Para a PF, Paulo Bernardo tinha conhecimento de que os valores eram ilícitos, caso contrário não teria solicitado a Costa.
A Polícia Federal informou ainda que existem indícios suficientes de que a campanha de Gleisi Hoffmann recebeu propina. Um novo delator, Antonio Carlos Pieruccini, afirmou que, em espécie, o dinheiro foi transportado de São Paulo para Curitiba em quatro viagens e que teria sido entregue a Ernesto Kugler, empresário e amigo da senadora.
Gleisi garantiu que vai provar sua inocência.
– O indiciamento se deu por corrupção passiva. Não tinha, nunca tive conhecimento de qualquer esquema envolvendo desvios na Petrobras, não conhecia as pessoas envolvidas, assim como meu marido nunca pediu recursos a eles em favor de minha campanha. Isso ficou demonstrado nos depoimentos e na investigação. Portanto, como posso responder por um crime para os quais faltam as ações concretas que levariam a ele? Falta materialidade. Foi dito pelos próprios depoentes que nunca estive envolvida em qualquer caso relativo à Petrobras. Se por acaso tudo isso tivesse acontecido – o que não aconteceu -, seria, no máximo, um caixa dois de campanha – acrescentou a senadora paranaense.
Indiciar significa tornar uma pessoa oficialmente suspeita de ter cometido um crime. Mas há um entendimento de 2007 do Supremo Tribunal Federal (STF), por ocasião da Operação Sanguessuga, que investigou senadores, de que pessoas com foro privilegiado não podem ser formalmente indiciadas sem autorização do STF ou a pedido da Procuradoria Geral da República. Por isso, o indiciamento da PF será questionado no Supremo pela defesa da senadora.
A senadora Gleisi Hoffmann se defende dessa denúncia de recebimento de recursos ilícitos desde outubro de 2014, quando vazou na imprensa partes de uma delação do doleiro Alberto Youssef. Nela, o doleiro dizia que havia repassado dinheiro para a campanha dela apedido do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Agência Brasil

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