O Brasil deu importante passo no desenvolvimento nuclear ao assinar com a Argentina contrato que define a participação dos dois países, no projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que trará grande contribuição à medicina nuclear, à indústria e a setores acadêmicos.
A parceria foi fechada em 21 de dezembro, durante a 51ª. Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, mas só divulgada nesta quinta-feira. O início da operação do RMB está previsto para 2023. Idealizados no âmbito da Comissão Binacional de Energia Nuclear (Coben), os reatores brasileiro e argentino contarão com projetos de engenharia semelhantes.
O RMB garantirá a produção autônoma de radioisótopos, principalmente, o Molibdênio-99, permitindo a ampliação do uso da medicina nuclear no Brasil. Hoje, o país depende integralmente da importação. O reator, que será instalado em Iperó (SP), auxiliará, ainda, projetos na área científica, por meio da utilização de feixes de nêutron para a pesquisa e testes de materiais combustíveis nucleares.
O terreno onde será instalado o RMB é vizinho a Aramar, onde são conduzidas diversas atividades do Programa Nuclear da Marinha, incluindo o domínio completo do ciclo do combustível nuclear e o desenvolvimento do programa de propulsão nuclear, que se destinará ao futuro submarino nuclear brasileiro. Os elementos combustíveis que abastecerão o RMB já começaram a ser produzidos no Centro Industrial Nuclear de Aramar (Marinha do Brasil). Em 2016, o Brasil, que antes só vendia urânio bruto, começou a exportar o minério enriquecido para a Argentina, através das Indústrias Nucleares Brasileiras e com tecnologia da Marinha do Brasil.
O RMB terá 30 megawatts de potência. O Brasil possui quatro reatores nucleares de pesquisa em operação. O mais antigo, inaugurado em 1957, e de maior potência – 5 megawatts – é do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo. O Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN), em Belo Horizonte, possui um reator de 100 quilowatts, e o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), no Rio de Janeiro, um de 500 watts, ambos construídos na década de 60. O quarto reator nuclear de pesquisa, também no Ipen, é uma instalação do tipo unidade crítica (100 watts) e foi construído na década de 80, já com tecnologia nacional, visando ao desenvolvimento autônomo da tecnologia para reatores nucleares de potência.
Soberania
Segundo o ministro Raul Jungmann, da Defesa, a Embraer (cobiçada pela norte-americana Boeing) faz parte do desenvolvimento do reator multipropósito.
Diálogo
A reabertura de diálogo entre as duas Coreias foi uma derrota para os setores belicistas dos EUA, que há tempos vêm operando para desestabilizar a região – a Coreia do Norte faz fronteira com a China e com a Rússia.
A reaproximação também é uma mostra da dubiedade de Donald Trump. Se para seu público insiste nas posturas midiáticas – “meu botão nuclear é maior” e outras do gênero – na prática favorece uma agenda contrária à do establishment.
Líder
O consultor Luiz Affonso Romano escreve à coluna lembrando que desde 1996 alertava acerca da importância do Brasil na América do Sul. “Hoje, 50% do território, da população e do PIB. Aqui, e na América Latina, éramos e somos os melhores e maiores. Ou vamos passar mais tempo vendendo para os desenvolvidos produtos que não agregam mentes e mãos de obra?”
Rápidas
Terá início dia 3 de fevereiro a 6ª Edição Curso de Aperfeiçoamento – Turma de São Paulo – Movimentos Sociais e Crises Contemporâneas à Luz dos Clássicos do Materialismo Crítico. Coordenado por Henrique Tahan Novaes, da Unesp–Marília, ocorrerá sempre aos sábados, quinzenalmente, com término em 15 de dezembro deste ano. Inscrição: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSci6i9f5xIobA-F5XnGSdDIGqyaeRtob3zm16sLz5VsAY68og/viewform?c=0&w=1 *** O projeto Domingo de Brincadeira do Caxias Shopping (RJ) apresenta neste domingo a recreação infantil Férias Divertidas do Meu Relicário *** Por iniciativa do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul (Iargs), o nome de José Feliciano Fernandes Pinheiro, o Visconde de São Leopoldo, foi inscrito no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria. Com páginas de aço, o livro fica guardado no Panteão da Pátria Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília e, quem tem o nome inscrito, adquire o status de herói nacional.