Golpes digitais cresceram 45% em um ano

Fraudes em contas bancárias lideram a lista de crimes; Estado de São Paulo registrou mais de 292 mil tentativas em outubro

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Código binário (Foto: Carsten Mueller/Freeimages)
Código binário (Foto: Carsten Mueller/Freeimages)

O número de crimes digitais praticados este ano cresceu 45% em relação ao ano anterior, somando cerca de 5 milhões de fraudes praticadas em 2024. Estatísticas oficiais demonstram que um em cada quatro brasileiros sofreu alguma tentativa de golpe e cerca de metade dessas pessoas acabou se tornando vítima. O resultado faz parte do levantamento realizado pela Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP).

De acordo com o presidente da associação, especialista em direito digital e cibersegurança Francisco Gomes Júnior, a base de dados da ADDP é confiável, porém os números definitivos sobre a quantidade de golpes em 2024 são divulgados oficialmente durante os três primeiros meses do ano.

“O que temos neste momento é uma amostra confiável que nos permite as primeiras considerações e balanço sobre o ano de 2024 levando em consideração os dados oficiais disponibilizados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública e por outras consultorias, mostrando aumento de quase 50% no número de golpes praticados em 2024”.

As modalidades mais praticadas permanecem sendo a de golpes bancários, phishing (cada vez mais sofisticado) e golpes sociais, que são aqueles em que a engenharia social convence a vítima a tomar alguma atitude que lhe causa prejuízo financeiro.

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“De certa forma, era previsível um aumento no número de golpes, pois o crime organizado migra cada vez mais para esse tipo de modalidade. As organizações percebem que o investimento pode ser menor do que aquele necessário para um grande assalto a banco ou outra instituição e o risco de prisão e mortes é incomparavelmente menor”, explica o presidente da ADDP.

Gomes Junior ressalta que os golpes foram aperfeiçoados com o uso da inteligência artificial, que conseguem simular com perfeição a voz e até imagem de pessoas, o que torna qualquer pedido mais crível para quem o recebe. “O prejuízo certamente é bilionário e em breve teremos um número mais definitivo, mas golpes do Pix, do falso contato bancário, que se combinam com roubos e furtos de celular com a tela desbloqueada contribuíram decisivamente para esse crescimento”, conclui.

De acordo com a Serasa, a Região Sudeste registrou, em outubro, mais de 500 mil tentativas de fraude. A unidade federativa com a maior quantidade de ocorrências foi São Paulo, com mais de 292 mil, e a menor quantidade foi registrada no Espírito Santo (18 mil).

Até agora, outubro de 2024 foi o segundo mês com o maior número de tentativas de golpes evitados no país, registrando o total de 1.055.272. Os dados são do Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa e representa aumento de 15% quando comparado ao mesmo período de 2023. Na visão por tipos de ocorrência, “inconsistências nas informações cadastrais” foi a que registrou a maior participação (58,1%).

Na visão por setores das fraudes evitadas em outubro, bancos e cartões foi o segmento em que houve mais registros (52,8%) e varejo o com a menor recorrência (1,9%). Em relação às idades, os cidadãos de 36 a 50 anos foram os que tiveram maior incidência das tentativas de fraude em julho (33,4%). Ainda segundo os dados de outubro do Indicador, os estados com maior concentração de tentativas de fraude evitadas em julho foram do Sul e Sudeste. No detalhamento por variação anual, o indicador mostra que houve aumento das diligências evitadas em todas as UFs, com destaque para Mato Grosso com o maior (23,5%) e o Amazonas com o menor (14%).

O mês de outubro teve, em média, 4.480 tentativas de fraude a cada milhão de habitantes no Brasil, de acordo com o Indicador. No ranking por UFs, o Distrito Federal liderou, seguido por São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.

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