Governo aposta no Minha Casa, Minha Vida para realocar vítimas no RS

Solicitações de indenizações de seguros no estado já superam R$ 6 bilhões; avanço percentual entre julho e setembro foi de 7,8%

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Conjunto habitacional do Minha Casa, Minha Vida (Foto: Tomaz Silva/ABr)
Conjunto habitacional do Minha Casa, Minha Vida (Foto: Tomaz Silva/ABr)

“O Governo Federal tomou a decisão de não optar por habitação temporária, porque muitas vezes o temporário se torna permanente e precário. Em vez disso, optamos pelo Minha Casa Minha Vida, que já construiu 9 milhões de unidades habitacionais e é a melhor forma que temos de atender as famílias afetadas”. A declaração é de Daniel Sigelmann, diretor do Departamento de Planejamento e Política de Habitação do Ministério das Cidade.

Uma das inovações é a “compra assistida” de casas já prontas ou em fase de conclusão, viabilizada pelo Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). Sigelmann ressaltou que, através dessa iniciativa, cerca de 3 mil famílias serão alojadas em um curto prazo, como parte das ações emergenciais no estado. Além disso, um “feirão” foi organizado em Porto Alegre para conectar as famílias afetadas às unidades habitacionais disponíveis. “Essa é a ação mais emergencial que estamos fazendo, e está sendo um sucesso”, disse ele.

Sobre o aporte financeiro do governo para dar suporte à construção de novas moradias, Sigelmann informou que dois créditos extraordinários, totalizando cerca de R$ 3,5 bilhões, foram disponibilizados para a construção de casas nos municípios afetados. No caso do FAR, o lançamento de 1.500 unidades habitacionais está em andamento, com propostas sendo recebidas das empresas participantes.

O diretor também comentou sobre o avanço das tecnologias de construção e a importância da industrialização no setor. Ele mencionou o papel do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQPH), que tem ajudado a garantir a qualidade das unidades do Minha Casa Minha Vida. Sigelmann destacou a busca por mais inovações tecnológicas e maior produtividade no setor da construção, afirmando que o Ministério das Cidades está comprometido com a qualidade das habitações para o povo brasileiro.

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Além disso, levantamento elaborado pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) junto às suas associadas apontou que o volume total de pedidos de indenizações de seguros relacionados à enchente no Rio Grande do Sul cresceu quase 8% entre 31 de junho e 20 de setembro. A quarta edição do estudo mostra que os pedidos de indenizações dos clientes junto às seguradoras superaram R$ 6,0 bilhões, uma adição de R$ 435 milhões ao divulgado em 2 de agosto, quando os registros somaram R$ 5,6 bilhões.

O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, destaca que a variação percentual abaixo dos 8% entre julho e setembro ocorre pelo fato “da imensa maioria dos pedidos de indenização já terem sido realizados. Talvez a apuração dos valores em grandes riscos demore um pouco mais, mas nos outros ramos está tudo computado e a imensa maioria dos valores já foram pagos”. A depender destas novas solicitações relacionadas aos seguros de Grandes Riscos, principalmente, as indenizações podem chegar à marca dos R$ 8 bilhões, superando os R$ 7 bilhões pagos em indenizações durante o período da Covid-19.

Oliveira explica que isso acontece porque os “seguros chamados de Grandes Riscos demoram para ser quantificados, pois alguns deles, por exemplo, têm coberturas para perdas de receita de empresa, que precisam de um processo de auditoria, e outros danos na indústria que só poderão ser calculados depois que desmontar uma planta industrial e ver quais os danos nas máquinas”, cita.

Em quantidade, as seguradoras registraram 57.946 avisos de sinistro desde o início de maio. Os dados referentes às solicitações de pagamento de Seguro Automóvel e Agrícolas tiveram variações pequenas de valor frente aos números anunciados em julho. O primeiro manteve o total de 18.086 solicitações e o segundo passou de 2.108 para 2.109.

Em total de pedidos, o Residencial e o Habitacional tiveram o maior crescimento, passando de 28.898, em julho, para 29.783 nesta apuração. Já em termos absolutos, os Seguros Grandes Riscos, que são os seguros de obras de infraestrutura, de grandes operações comerciais ou industriais, aumentaram em mais de R$ 393 milhões desde o último levantamento para o atual, alcançando pagamentos superiores a R$ 3,2 bilhões, sendo até agora o que registrou o maior volume de indenizações. Já são 822 sinistros avisados.

As sinalizações definidas como Outros, que incluem os seguros Empresarial, Transporte, Riscos Diversos e Riscos de Engenharia, tiveram baixa variação, totalizando, nesta última contagem 7.147 ocorrências que totalizaram R$ 821 milhões em pagamentos avisados.

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