Pesquisa feita pela Ipsos com 353 líderes de opinião de 14 países da América Latina, entre 26 de março e 6 de abril, mostra o estrago na imagem dos governantes, especialmente os que mais resistiram – ou ainda resistem – a adotar medidas mais fortes para conter a propagação do coronavírus.
O governo de Luis Alberto Lacalle Pou, recém-eleito presidente do Uruguai, conta com maior aprovação no manejo da crise (62%), junto com a Argentina. O governo do presidente Lopes Obrador, do México, vem no final, tecnicamente empatado com o Brasil, com apenas 12% e 14% de aprovação, respectivamente.
Na aprovação dos chefes de Estado, Obrador caiu de 36% de aprovação em dezembro do ano passado para 19%. Jair Bolsonaro caiu dos já baixos 25% para 16% e segura a lanterna do ranking. (Observação sobre a pesquisa: o último colocado seria Nicolás Maduro, da Venezuela; mas a pesquisa não ouviu líderes de opinião do país de Maduro, o que contamina os resultados em relação a seu país).
Sobre a expectativa para a economia, menos de 10% creem em recuperação este ano; em torno de um terço acredita que a melhora virá em 2021, enquanto outro tanto aposta em dois ou três anos adiante. Uns 20% (depende de cada país) estima que a recuperação demorará muito tempo – especificamente o Brasil, 31% dos entrevistados marcaram esta opção.
Acordo justo
Entrou no ar nesta segunda um aplicativo para as empresas metalúrgicas acessarem e fecharem acordos com trabalhadores na crise sanitária e econômica. Ele pode ser acessado aqui e é uma iniciativa do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes.
Para a entidade, o sistema eletrônico ajudará na elaboração de propostas e na formalização dos acordos, de forma justa e mais rápida, diante da possibilidade temporária de redução proporcional da jornada de trabalho e de salário e/ou a suspensão temporária do contrato de trabalho, prevista no Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. O Sindicato destaca que não cobra nenhuma taxa por estes acordos.
Fake
O deputado estadual Carlos Jordy (PSL-RJ) encampou em sua conta no Twitter a versão de que a Prefeitura de Niterói teria arrendado por R$ 58 milhões, por 12 meses, um hospital que estava à venda por R$ 45 milhões. O deputado poderia ter se socorrido na competente assessoria da Assembleia Legislativa para não cometer erro básico e ainda arriscar ser processado por calúnia e difamação, como afirma a Secretaria de Saúde do município.
O custo do arrendamento do Hospital Oceânico – o primeiro do país destinado a receber pacientes com Covid-19 – foi de R$ 4,8 milhões. O custo de R$ 58 milhões se destina a pagar a ONG Viva Rio, que vai operar, por seis meses, a unidade (que terá 140 leitos de UTI), e inclui colocação de equipamentos, custo de pessoal e medicamentos. Segundo a Prefeitura, o valor está bem abaixo da média do Rio e do Brasil: equivale a R$ 2,3 mil por dia, enquanto o custo de um leito de atenção intensiva em rede privada fica entre R$ 3,5 mil e R$ 4 mil por dia.
Fonte
Na coluna deste final de semana, faltou registrar a fonte dos dados sobre número de leitos hospitalares por país: é a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Marketing do vírus
Empresas como Apple, Medtronic e Johnson & Johnson estão trabalhando em soluções para combater o coronavírus. Estas e outras companhias integram a lista de fuga de impostos via paraísos fiscais e outros métodos, retirando dos Estados o dinheiro que faz falta na saúde e pesquisa.
Rápidas
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) realiza nesta terça, às 18h, evento ao vivo sobre as MPs 927 e 936 *** Warde Advogados realizará seminário pela rede nesta quarta, às 10h, sobre o impacto da Covid-19 nos seguros dos contratos públicos e privados, com a presença do presidente do Instituto Brasileiro de Direito do Seguro, Ernesto Tzirulnik. Inscrições aqui *** Nesta quarta-feira, às 16h, a Abrasco realizará o painel “População Negra e Covid-19”, articulado pelo Grupo Temático Racismo e Saúde; na quinta, diretamente de Washington, Jarbas Barbosa, diretor-assistente da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS/OMS), falará ao vivo sobre “A pandemia no mundo: uma perspectiva das Américas”, no canal do YouTube da Associação.