Governo declara guerra aos trabalhadores

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O ilegítimo presidente Temer declarou guerra aos trabalhadores na quarta-feira, 24 de maio de 2017. Edição Extra do Diário Oficial da União autoriza o “emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem” desta data até o dia 31. O decreto é assinado pelo próprio usurpador, pelo ministro da Defesa, Raul Jungaman, e pelo general Sérgio Westphalen Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional.

O emprego da força tem por objetivo reprimir atos e em todo o país, prioritariamente a manifestação com mais de 150 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, realizada hoje em Brasília, em luta para barrar as reformas trabalhista e da Previdência. O ato também exige Diretas Já, pois o governo ilegítimo não tem condições de dirigir o país sendo acusado de corrupção, tráfico de influência e outros crimes.

Nem a ditadura militar-empresarial se utilizou de tamanha violência para reprimir o grito de Diretas Já em meados dos anos 80. Ressalte-se que a lei utilizada pelo usurpador é de autoria da ex-presidente Dilma Roussef.

Violência desmedida, agressões, bombas de gás, spray de pimenta, balas de borracha foram utilizadas em larga escala na capital federal. Até a cavalaria interveio de forma brutal. Mulheres, crianças, idosos, ninguém foi poupado.

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No Congresso, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), deu um golpe para impedir a votação da emenda de autoria do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) que propõe Diretas Já em caso de vacância da Presidência da República. No Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE) considerou lido relatório a favor da reforma trabalhista encaminhada pelo governo, apesar de o mesmo não ter sido lido. Já a oposição ocupou o plenário do auditório Ulisses Guimarães aos gritos de “Fora, Temer’ e “Diretas Já!”.

Enquanto isso, no Rio de Janeiro, a Assembleia Legislativa aprovou o aumentou do desconto previdenciário dos servidores de 11% para 14%. Novamente a brutal repressão se abateu sobre os trabalhadores que se manifestaram contra a medida.

Resultado da incapacidade de governar do usurpador culminou, neste dia de hoje, com o assassinato de dez posseiros no Pará, durante ação de despejo. Denúncia do Mídia Ninja esclarece que a “chacina teria ocorrido no interior da fazenda Santa Lúcia, no município de Pau D’Arco, na região de Redenção, Sudeste do Pará, a 860 quilômetros da capital Belém. Os corpos, conforme apurações iniciais, foram levados para o necrotério do Hospital Municipal de Redenção. De acordo com veículos de comunicação da região, a operação policial foi liderada pela Delegacia de Conflitos Agrários em Redenção (DECA), com apoio de policiais de Redenção, Conceição do Araguaia e Xinguara”.

Um governo que se volta contra os trabalhadores e o povo não tem condições de permanecer no poder, ainda mais não tendo sido eleito, com imensa rejeição por parte da população e com reformas e leis que beneficiam apenas o grande capital em detrimento do país.

Lembrou a Comuna de Paris há 146 anos.

 

Afonso Costa

Jornalista.

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