Governo deve apoiar novas tecnologias no setor de energia

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Energia. Presa Itaipú, Binacional Paraguay-Brasil. Imagem: Lourdes Donis
Energia. Presa Itaipú, Binacional Paraguay-Brasil. Imagem: Lourdes Donis

“Não falta água ou energia no Brasil, falta apoio para novas tecnologias”. A declaração é de Alexsandro Geremia, diretor da Higra, empresa gaúcha de tecnologia que atua no desenvolvimento de soluções em bombas hidráulicas, especialmente as desenvolvidas com tecnologia anfíbia – que funcionam dentro e fora d’água –, aeradores e misturadores para tratamento de efluentes. Ele foi um dos convidados do 2º Seminário de Política Industrial: Indústria Verde – Inovação e Sustentabilidade, realizado no último dia 4, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Na oportunidade, o empresário lançou a frase provocativa. Segundo Geremia, além do chamado Custo Brasil, que engloba a alta carga tributária, as dificuldades logísticas e tudo o que se soma ao elevado custo de produção no Brasil, as empresas ainda convivem com a burocracia e falta de apoio público. “Nós, empresários, só queremos que o Governo não nos atrapalhe. Não deveria ser assim, deveríamos ser parceiros de políticas públicas para o país”, disse.

O empresário apresentou os cases da Usina Compacta de Hidrogeração Anfíbia (Ucha), um sistema de geração de energia elétrica limpa e renovável que funciona por meio do Turbogerador Anfíbio (TGA), uma tecnologia que gera energia a partir do fluxo da água e dos potenciais hidráulicos disponíveis nas redes de abastecimento das cidades.

Segundo o empresário, todas as cidades precisam ter válvulas redutoras de pressão (VRP) nos seus sistemas de abastecimento de água, sendo que o sistema da Higra instala o Turbogerador Anfíbio (TGA), uma tecnologia patenteada, para regular a pressão e, ao mesmo tempo, gerar energia.

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“As VRPs são energia jogada fora. Somente aqui em Brasília temos mais de 300 VRPs que poderiam estar gerando energia elétrica para a cidade”, destacou Geremia, ressaltando que, além de ser uma opção ambientalmente sustentável, a Ucha é economicamente vantajosa, pois reduz custos com a otimização de ter dois processos sendo realizados por um único equipamento.

Case prático

No Seminário, o empresário apresentou o case concreto realizado pela Higra em parceria com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), em São Paulo/SP. A iniciativa conta com a instalação de dez Uchas nos bairros de Campo Belo, Mogi das Cruzes, Capão Redondo, Itaquera, Mirante, Jardim das Nações (Diadema), Pinheiros, Vila Maria, Vila Sônia e Freguesia do Ó. No total, são gerados 1,44 MW/h, o que abastece o equivalente a mais de 5 mil residências. Na oportunidade, Geremia falou também do da parceria realizada com a Águas de Joinville, em Santa Catarina, que possibilitou a instalação de uma Ucha que gera mais de 740 kW/h.

A Higra tem em seu portfólio de produtos as bombas anfíbias como carro-chefe, além de aeradores e misturadores para tratamento de efluentes, bombas submersas, bombas para esgoto e turbogeradores para geração de energia limpa. Todos os produtos da empresa são 100% desenvolvidos internamente. Atualmente, sua sede em São Leopoldo/RS emprega diretamente 115 profissionais.

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