O primeiro dia da greve dos caminhoneiros começou com baixa adesão, mas a ausência de diálogo com o Governo Federal ameaça levar a um aumento do apoio nos próximos dias. Os motoristas querem a redução do preço do óleo diesel, com o fim da política de equiparação dos valores internos com os praticados no mercado internacional. Outro ponto que compõe a pauta de reivindicações é a fiscalização da tabela mínima de fretes.
A Associação Brasileira de Revendedores de GLP (Asmirg-BR), que representa mais de 5 mil revendedoras, apoia a paralisação dos caminhoneiros, mas entendem que este não é o momento de prejudicar ainda mais a população, por causa da pandemia.
“Se pararmos agora, com certeza haverá corridas aos revendedores de gás e pode haver ágio nos preços cobrados”, analisa Alexandre José Borjalli, presidente da Asmirg-BR. “É um momento delicado, inclusive para nós, que estamos sem capital de giro, podendo fechar as portas. Por isso ainda estamos discutindo quais as formas de protesto e de paralisações que poderemos fazer.”
O preço do botijão de gás de 13kg atinge mais de R$ 100 em algumas regiões do país. A venda da participação da Petrobras na Liquigás Distribuidora piorou a concorrência. Ao contrário das promessas do governo, o oligopólio no setor só ficou mais forte, sem novos competidores ingressando no mercado.
Segundo o Dieese, o preço do gás subiu 131% desde junho de 2017, com a política de paridade com os preços internacionais. No mesmo período, a inflação medida pelo INPC ficou em 15%.
Em apoio à greve dos caminhoneiros, sindicatos dos petroleiros realizaram ações como a do Sindipetro /BA, que vendeu 200 botijões de gás para famílias em vulnerabilidade social a R$ 40, preço considerado justo pela categoria.
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