Funcionários dos Correios protestam contra o fechamento da gráfica da empresa, em Benfica, Zona Norte do Rio de Janeiro. Alegam que não têm conhecimento de qualquer estudo sobre prejuízos do parque gráfico e que a conseqüente terceirização trará custos mais altos para a ECT. A deputada federal Jandira Feghali (PcdoB-RJ) enviou no início do mês carta pedindo esclarecimentos à direção dos Correios. Deseja saber quanto foi investido na gráfica, qual o destino do pessoal que lá trabalha e quanto custará a entrega dos serviços a terceiros. Até agora sem resposta.
Cartório
Na próxima quarta-feira será votado no Senado o projeto de lei que garante aos donos de cartórios a posse vitalícia. O vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio), Adolpho Chvaicer, discorda do projeto e defende que a opinião pública se manifeste contra a aprovação. Explica que os titulares de cartórios são os únicos servidores públicos remunerados diretamente pelos contribuintes, sem limite para a receita, sem Imposto de Renda na fonte e com freguesia cativa. Antes da Constituição de 1946, os cartórios eram considerados propriedade privada, hereditária ou comprada. Com a Constituição de 88, os donos de cartórios se tornaram delegados do poder público para exercerem aqueles serviços, recebendo diretamente dos clientes. Vitalícios ou efetivos, sempre foi compulsória a aposentadoria aos 70 anos, como acontece também com os magistrados e os membros do Ministério Público e dos Tribunais de Contas. “Há relatos de ganhos fabulosos, e, compreende-se, deve ser triste retirar-se desse filão aos 70 anos”, finaliza Adolpho Chvaicer.
Naufrágio
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as causas e os responsáveis pelo naufrágio da P-36, da Petrobras, na Bacia de Campos, faz nesta segunda-feira acareação entre vários depoentes, em função de desencontros nas declarações, afirmou o presidente da CPI, deputado estadual Paulo Ramos (PDT). Entre os que serão acareados estão o ex-presidente da BR-Distribuidora Orlando Galvão; os superintendente financeiro e de informática da Petrobras, respectivamente, Antônio Carlos Alvarest Just e Luiz Eduardo Guimarães Carneiro; diretores da empresa Marítima; e o ex-presidente da Petrobras Joel Mendes Rennó.
Na rede
O sociólogo italiano Giovanni Arrighi é a principal estrela do o seminário internacional Redem 2001: O Estado no Mundo Contemporâneo, que começa esta segunda-feira, no campus Menezes Cortes da Universidade Estácio de Sá. O seminário, que se estende até quarta-feira, tem como objetivo debater a economia mundial. Com sede em Puebla, no México, a Redem é dirigida no Brasil por Theotônio dos
Santos, também conselheiro do MONITOR MERCANTIL. Além de Theotônio e Arrighi, o encontro contará com personalidades, como Berverly Silver, Emir Sader, Ricardo Antunes, Francisco Segrera e Antônio Carlos Peixoto. Os interessados em participar, devem se inscrever pelos telefones 2220-1965
e 2220-1966.
Mar do Norte
Prefeitos de cinco municípios do Rio de Janeiro produtores de petróleo (Quissamã, Casemiro de Abreu, Carapebus, Rio das Ostras e Campos de Goytacazes), representantes da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) e da Fazenda estadual viajam neste sábado para a “Capital do Petróleo” do Mar do Norte, a cidade de Aberdeen, na Escócia. A missão empresarial, composta de 17 pessoas, é chefiada por Luiz Paixão, da Secretaria estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, e faz parte de um protocolo assinado pelo governador Anthony Garotinho e pela prefeita de Aberdeen, Margareth Smith, visando a implementar um intercâmbio comercial entre as duas cidades. Aberdeen centraliza toda a produção de petróleo do Mar do Norte e da Europa. A comitiva do Rio também participará da maior feira de petróleo da região, Europa Offshore 2001.
Antípodas
Ex-ideólogo do Planalto, Gustavo Franco deve estar tendo engulhos apenas de ouvir o antigo chefe proclamar, ainda que, por enquanto, meramente no campo da retórica, a centralidade da exportações e até heresias, para a gnose tucana, como a substituição de importações. Fundamentalista que não renega os antigos dogmas, Franco chegou a pregar até a transferência das indústrias locais para terras alhures, nas quais incrementariam e diversificariam a produção. Hoje se repetisse a broma, lhe colocavam a camisa de força, mas, na época em que era tratado como gente grande contratou um rombo comercial de US$ 22,3 bilhões, no seu reinado de quatro anos, entre 1995-98.