Manifestantes favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff montaram acampamento na Avenida Paulista, em São Paulo. As 33 barracas ocupam parte da calçada em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A entidade tem apoiado os protestos contra o governo.
A advogada Patrícia Bueno, de 35 anos, disse que participam dos atos no local desde quarta-feira.
– A Dilma deu um tapa na cara de todos os brasileiros ao nomear o Lula para ser ministro, uma pessoa que está com risco de ser presa a qualquer momento – disse, sobre a indicação do ex-presidente para ministro-chefe da Casa Civil.
Após a posse de Lula, houve um protesto em frente a Fiesp, que exibia uma faixa luminosa pedindo a renúncia de Dilma. Uma parte dos manifestantes permaneceu em vigília no local, ocupando os dois sentidos da Avenida Paulista, até a manhã de sexta-feira, quando foram retirados pela Polícia Militar.
Foram usados jatos de água e bombas de gás na operação. Havia o temor de que houvesse confronto com os participantes do ato em apoio ao governo, que aconteceu na avenida na noite de sexta-feira. Na quinta-feira, um apoiador do PT havia sido agredido ao tentar discutir com o grupo pró-impeachment.
Segundo Patrícia, o lugar foi escolhido pelo abrigo oferecido pela marquise do edifício.
– Poderia ser em qualquer outro lugar, mas aqui, no prédio da Fiesp, tem uma sombra grande – disse. Por volta das 14h foi servido um almoço comunitário.
– A gente está recebendo muitas doações de frios, pães, frutas e a água.
Apesar de Patrícia fazer parte do movimento Endireita Brasil e líderes de outros grupos pró-impeachment frequentarem o local, ela afirma que a manifestação é espontânea.
– Eu não estou aqui pelo Endireita, estou como uma cidadã. Aqui não tem nenhum movimento apoiando ou coordenando. São as pessoas que decidiram estar aqui – ressaltou.
Agência Brasil