A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) criou um grupo de trabalho (GT) para discutir a Taxonomia Sustentável Brasileira. O grupo se reunirá nesta quinta-feira para ampliar o debate e reunir contribuições que serão levadas ao comitê consultivo do Ministério da Fazenda que trata do tema. A associação faz parte desse fórum junto a outras 17 entidades.
Apesar de causar estranheza, o termo responde aos principais desafios ambientais e sociais do país, de acordo com definição do Ministério da Fazenda que desenvolve diretrizes sobre o tema. O Ministério da Fazendo acredita que uma taxonomia das finanças sustentáveis pode servir como um instrumento central para mobilizar e redirecionar os fluxos de capitais para os investimentos necessários para o enfrentamento à crise climática.
Conforme a definição da Associação Internacional de Mercado de Capitais (ICMA, sigla em inglês, 2021), ela disponibiliza critérios e indicadores específicos que permitem avaliar se uma atividade contribui para a sustentabilidade e/ou para a transição para uma economia sustentável.
“A taxonomia é uma ferramenta fundamental para que o mercado de capitais identifique as atividades que precisam de financiamento para a transição ambiental e socioeconômica do Brasil para uma economia de baixo carbono”, explica Luiz Pires, gerente de Sustentabilidade e Inovação da Anbima. “No grupo de trabalho, vamos reunir a experiência e a opinião de diversos participantes do mercado sobre a taxonomia, que enriquecerão as contribuições da Anbima no comitê consultivo do Ministério”, complementa o executivo, que é um dos representantes no fórum do governo.
Taxonomia
De acordo com a Anbima, a taxonomia sustentável será um sistema de classificação que definirá as atividades ou projetos considerados sustentáveis no Brasil de acordo com prioridades e objetivos definidos. A expectativa é que ela integre particularidades locais e tenha interoperabilidade com outras taxonomias internacionais.
Um dos principais objetivos da taxonomia é trazer comparabilidade e padronização para as atividades econômicas, contribuindo para atrair investimentos públicos e privados, de capital local ou internacional, necessários para enfrentar os principais desafios socioambientais do Brasil.
Histórico Em 2023, a Anbima enviou contribuições de mais de 170 integrantes da Rede Anbima de Sustentabilidade para a consulta pública do Ministério da Fazenda sobre a taxonomia. A participação da associação na consulta foi citada na apresentação sobre o plano de implementação da agenda na COP 28, em Dubai, por Cristina Reis, subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável do governo. Representantes de instituições associadas que queiram participar do grupo de trabalho devem entrar em contato por e-mail com a área de Sustentabilidade da associação.