O governo norte-americano revelou ontem diante do Comitê de Inteligência dos Estados Unidos a existência de sua nova e mais poderosa arma. Trata-se de um time de hackers, especialistas em computação capazes de desfechar ataques rápidos e fulminantes a redes de telefonia e elétricas de inimigos no caso de uma guerra digital. Não foram revelados detalhes sobre os integrantes do grupo, denominado Unidade de Comando para Combates Cibernéticos.
Soberania ameaçada
O projeto de lei que propõe a criação de órgão para gestão dos recursos florestais públicos mediante cessão de uso e direitos de exploração comercial a terceiros – ONGs e empresas privadas - por meio de licitação é um grave crime contra da soberania nacional na Amazônia. Parecer preparado pelo Instituto dos Advogados do Brasil (IAB) diz que o projeto é “flagrantemente inconstitucional por pretender a transferência de função exclusiva do Congresso Nacional e do Conselho de Defesa Nacional a órgão do Poder Executivo atípico, que seria dotado de absoluta autonomia administrativa e financeira e que não se sujeitaria a qualquer controle da sociedade”. Segundo o parecer, o ingresso de órgãos fiscalizadores nas regiões sob concessão dependeria de autorização prévia do órgão cuja criação se propõe. O projeto de lei foi enviado ao Congresso em meio à comoção logo após o assassinato da freira Dorothy Stang.
Por enquanto
A destituição de Lucio Gutiérrez da presidência do Equador deve servir de alerta aos petistas. Embora de origens diferentes – Gutiérrez, militar, e Lula, metalúrgico – ambos chegaram ao poder com o suporte de fortes movimentos sociais e despertando expectativas muito concretas de ruptura com as políticas neoliberais em vigor em seus países. Em ambos casos, não apenas não mudaram o rumo, como aprofundaram as medidas que prometiam combater.
Como consequência, se afastaram de suas bases sociais, sem se tornarem os representantes preferenciais da direita financeira que passaram a cevar. No Equador, essa esquizofrenia política fez Gutiérrez cair sob pressão de seus ex-aliados dos movimentos popular e indígena e de setores da classe média, sem ter nenhum dos seus novos aliados para defendê-lo. No Brasil, o PT e seu braço direito no sindicalismo, a CUT, têm conseguido desmobilizar o movimento social, evitando manifestações massivas de rua. Por enquanto.
Nota vermelha
Um presidenciável fez agudas observações sobre a pesquisa CNT/Sensus divulgada na última terça-feira: todas as respostas sobre as questões econômicas e sociais são negativas. Os números sobre pobreza são preocupantes, assim como os referentes a violência e saúde, tema que entrou na pauta de problemas após a intervenção federal no município do Rio.
Casa de ferro
Enquanto médicos da Aeronáutica dão plantão no hospital de campanha do Campo de Santana, o Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro, está entregue às baratas. Falta de tudo, de cobertores e lençóis a papel higiênico nos quartos. Pacientes internados reclamam que aparelhos essenciais, como o de tomografia, estão quebrados. É mais um exemplo de que o governo federal também precisa intervir nos hospitais sob sua administração, de preferência descontingenciando as verbas desviadas para garantir o superávit primário (economia para pagar juros).
Pró-telefonia
Quieta durante anos, a Anatel apressou-se a propor um novo prazo de validade para os créditos de telefones celulares pré-pagos após as seguidas decisões da justiça derrubando qualquer prazo que impeça o cliente de usar o serviço pelo qual pagou. A nova proposta da agência sugere que os créditos do celular pré-pago tenham validade igual ou superior a seis meses e que os valores pagos antecipadamente sejam revalidados sempre que o consumidor inserir novos créditos.
Vista para o mar
Apesar de ter tido sua verba cortada pela equipe econômica, a Empresa de Planejamento Energético (EPE) está alugando andares para se instalar no luxuoso RB1, um dos imóveis comerciais com metro quadrado mais caro do Centro do Rio de Janeiro.