O aumento do preço do diesel, consequência do conflito no Oriente Médio, não deve ter impacto significativo na geração de caixa operacional de três operadoras de ferrovias – MRS Logística, Rumo S/A e VLI S.A.
O efeito projetado é neutro na qualidade de crédito das empresas do setor classificadas pela Fitch Ratings no Brasil. O relatório da agência de classificação de risco foi publicado nesta quinta-feira (26). A Fitch analisa publicamente MRS Logística S.A. (MRS, IDR – Issuer Default Rating – Rating de Inadimplência do Emissor – em Moeda Estrangeira BBB- e em Moeda Local BB e Rating Nacional de Longo Prazo AAA (bra)), Rumo S.A. (Rumo, IDRs BB+ e Rating Nacional de Longo Prazo AAA (bra)) e VLI S.A. (VLI, AAA (bra)). A perspectiva estável dos ratings corporativos das três empresas já incorpora a expectativa de que não haverá pressões sobre rentabilidade das companhias.
A Fitch não antevê maiores pressões sobre a rentabilidade das companhias e os volumes por elas transportados em decorrência do atual quadro geopolítico internacional. De 7 de outubro – quando foi deflagrado o conflito envolvendo Palestina e Israel – até o momento, o preço do diesel aumentou, em média, 7%. Novas altas podem ocorrer, dependendo do prolongamento e da gravidade do conflito. De acordo com a Fitch, o diesel tem moderada representatividade na estrutura de custo das operadoras ferroviárias, e o risco de volatilidade de seu preço é mitigado por cláusulas contratuais que garantem repasse automático do aumento da cotação dos combustíveis para as tarifas. Essas condições já foram testadas em diversos cenários de volatilidade de preços do diesel e são um importante limitador de variações relevantes nas margens operacionais das ferrovias.
Custos
O diesel representou 20% dos custos da VLI, excluindo depreciação, 34% dos da Rumo e 39% dos da MRS, no primeiro semestre de 2023. A representatividade do combustível na estrutura de custos da VLI é mais baixa pois a empresa consolida seu negócio portuário, que não tem custo de diesel, e detém custos referentes às operações de subconcessões de ativos da Vale S.A. Este custo representa cerca de 15% do total da companhia, o que reduz a relevância do combustível para o total das operações.
Pelas projeções da Fitch, em 2023 e 2024, as margens Ebitda das três companhias ficarão na faixa de 40% a 42%. O risco de redução de volumes gerada por uma eventual redução da demanda pelo transporte ferroviário, em função do aumento do custo logístico, tem impacto limitado na qualidade de crédito das ferrovias. Ainda que os volumes transportados caiam no curtíssimo prazo, a geração de caixa das companhias seria compensada por receitas referentes aos contratos take-or-pay, que atuam como importante suporte ao forte perfil de negócios das ferrovias brasileiras. No momento, as capacidades de transporte das três companhias classificadas, para os próximos 15 meses (2023 e 2024), já estão entre 80% e 100% contratadas.
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