Guterres: ‘Intervenção militar no Irã pode ter consequências enormes’

UE repatria 400 cidadãos presos no Oriente Médio por causa dos ataques entre Israel e Irã

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António Guterres (Foto: Eskinder Debebe/ONU)
António Guterres (Foto: Eskinder Debebe/ONU)

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu nesta quarta-feira para “evitar uma maior internacionalização do conflito” entre Irã e Israel e advertiu que qualquer intervenção militar adicional “poderia ter enormes consequências” para a região.

“Qualquer intervenção militar adicional poderia ter consequências enormes, não apenas para os envolvidos, mas para toda a região e para a paz e a segurança internacionais como um todo”, disse ele em um comunicado no qual afirmou estar “profundamente alarmado” com a escalada contínua entre as partes.

Ele conclamou o Irã e Israel a trabalharem para diminuir as tensões e cessar as hostilidades. “A diplomacia continua sendo a melhor e única maneira de abordar as preocupações sobre o programa nuclear do Irã e as questões de segurança regional”, afirmou.

Da mesma forma, o chefe da ONU condenou “a trágica e desnecessária perda de vidas e ferimentos de civis, bem como os danos às casas e à infraestrutura civil crítica”.

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“A Carta da ONU continua sendo nossa estrutura compartilhada para salvar as pessoas do flagelo da guerra”, disse ele.

A União Europeia disse nesta quarta-feira que ajudou a repatriar cerca de 400 cidadãos presos no Oriente Médio devido à crise provocada por ataques transfronteiriços entre Israel e Irã.

“Os voos foram realizados há dois dias, a partir de 16 de junho, e até o momento estima-se que mais de 400 cidadãos da UE tenham sido repatriados por meio do Mecanismo de Proteção Civil da UE”, disse a porta-voz de Gestão de Crises, Eva Hrncirova, em uma coletiva de imprensa em Bruxelas.

O executivo da UE confirmou que a Eslováquia, a Lituânia, a Grécia e a Polônia ativaram o Mecanismo de Proteção Civil da UE, com o qual a UE coordena a assistência para operações de resgate.

Nesse caso, a UE cofinanciou até 75% dos custos de transporte dessas operações, em coordenação com a Jordânia e o Egito, de onde os cidadãos europeus foram evacuados.

Nesta quarta-feira, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, em mensagem divulgada na televisão local, ameaçou retaliar os EUA após o presidente Donald Trump exigir a rendição incondicional do governo iraniano na guerra contra Israel.

“A entrada dos EUA nesta questão é 100% em seu próprio prejuízo. O dano que os EUA sofrerão será definitivamente irreparável se eles entrarem militarmente neste conflito”, garante o líder iraniano.

Ontem, Trump havia publicado em rede social a frase “Rendição Incondicional”, logo após escrever que o líder supremo do Irã “é um alvo fácil” e que, por enquanto, não vai matá-lo. “Não queremos mísseis disparados contra civis ou soldados americanos. Nossa paciência está se esgotando”, disse Trump.

Khamenei frisa que não é sensato pedir que a nação iraniana que se renda e que os danos aos EUA serão maiores do que os que Washington impuser ao país persa.

“O presidente dos EUA nos ameaça. Com sua retórica absurda, ele exige que o povo iraniano se renda a ele. Eles deveriam fazer ameaças contra aqueles que têm medo de serem ameaçados. A nação iraniana não se assusta com ameaças”, salienta o líder iraniano.

A autoridade de Teerã afirma que as suspeitas de que os EUA estão por trás do ataque de Israel se confirmam dia a dia. “A nação iraniana também se opõe firmemente a qualquer paz imposta. A nação iraniana não capitulará diante da coerção de ninguém”, completa Khamenei.

As manifestações do governo Trump têm aumentado as suspeitas de que os EUA podem se envolver diretamente no conflito iniciado por Israel na última sexta-feira. O ataque ocorreu durante as negociações entre Teerã e Washington sobre os limites do programa nuclear do Irã.

Com informações da Agência Brasil e da Europa Press

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