Haddad diz que fundo florestal é bem recebido e reafirma compromisso fiscal do governo

Haddad destaca boa aceitação do fundo florestal, reafirma compromisso fiscal e defende queda dos juros no evento COP30 Business & Finance Fórum

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Fernando Haddad no Bloomberg Philanthropies
Fernando Haddad no Bloomberg Philanthropies (Foto Agência Brasil)

Durante participação no COP30 Business & Finance Fórum, promovido pela Bloomberg Philanthropies nesta terça-feira (4), em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou dois temas centrais da agenda econômica e ambiental do governo: o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) e o equilíbrio das contas públicas.

Segundo o ministro, a proposta do TFFF, liderada pelo Brasil, vem sendo bem recebida por outros países. “Estou bastante animado com o fato de que o TFF, que é fundo de florestas, está sendo muito bem recebido. Esse é carro-chefe da Presidência brasileira a partir da semana que vem”, afirmou.

Haddad explicou que o fundo tem como objetivo recompensar financeiramente as nações que preservam suas florestas tropicais, por meio de um mecanismo de investimento global. “É como se fosse um banco da floresta”, disse. O modelo prevê captação de recursos a juros baixos e empréstimos a taxas mais altas, utilizando o lucro para remunerar por hectare os países que mantêm o desmatamento abaixo de 0,5% ao ano.

A expectativa do governo é captar até US$ 10 bilhões em investimentos públicos até 2026. “Estamos colocando na mesa de negociação uma proposta prática de sustentabilidade das florestas tropicais que está sendo bem recebida”, reforçou o ministro.

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Meta fiscal e juros

Na mesma ocasião, Haddad reafirmou o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal e rebateu as críticas sobre o cumprimento das metas. Para ele, as previsões negativas sobre as contas públicas são infundadas. “Vamos entregar o melhor resultado fiscal do país em 4 anos, mesmo pagando tudo o que não se pagou de calote do governo anterior. E a impressão que se dá é que estamos vivendo uma crise fiscal. Isso é um delírio que eu preciso entender do ponto de vista psicológico, porque do ponto de vista econômico eu não consigo entender”, disse.

O ministro afirmou que não há planos de revisar as metas fiscais e que o governo “não vai recuar dos objetivos de colocar as contas em ordem, que estão desorganizadas desde 2015”. Haddad também destacou avanços em medidas estruturais, como a reforma tributária, que, segundo ele, tem ajudado a atrair capital estrangeiro. “Nós nunca tivemos tantos leilões na B3 de rodovias e de infraestrutura, de uma maneira geral, como nós tivemos nesses 3 anos”, afirmou.

Outro ponto em destaque foi a reforma da renda, que, segundo o ministro, busca reduzir a desigualdade e impulsionar o crescimento. “A desigualdade no Brasil é um impedimento para o crescimento. Não existe crescimento com esse nível de desigualdade. Mas nós estamos corrigindo isso”, acrescentou.


Defesa da queda da Selic

Haddad voltou a defender a redução da taxa básica de juros “Por mais pressão que os bancos façam sobre o Banco Central para não baixar a taxa de juros, elas vão ter que cair. Não tem como sustentar 15% de juros real com inflação de 4,5%”, avaliou.

O ministro afirmou que, mesmo com juros altos, o governo está confiante em um bom desempenho econômico em 2026. “Nós podemos terminar o mandato com indicadores muito superiores em todo o mundo. Nós podemos controlar a dívida pagando menos juros. Não precisa pagar esse juro todo”, concluiu.

Fonte: Agência Brasil e EuropaPress

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