Haddad no centro da impopularidade do governo

Popularidade de Haddad na Faria Lima contrasta com impopularidade do combate à inflação no governo Lula

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Fernando Haddad
Fernando Haddad (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

Qualquer número de pesquisas deve ser analisado com calma dentro de um contexto. Pesquisa do Ipec divulgada neste final de semana sobre as áreas em que o governo Lula tem melhor e pior atuação não é diferente. Mas a ampla reprovação ao combate à inflação, em que 46% dos entrevistados qualificam de ruins ou péssimas a atuação do governo, o dobro dos que classificam de boa ou ótima, não deixa margem para dúvidas: a pesquisa coloca a política econômica e seu fiador, o ministro Fernando Haddad, no centro da impopularidade do governo.

Apesar de ser a área com a pior avaliação pela população, Haddad foi poupado da impopularidade pela imprensa financista. Isso mostra a distância entre os louvores ao choque nas contas públicas – vulgo calabouço fiscal – e a vida do cidadão. Como disse o economista Ranulfo Vidigal em artigo no Monitor, “o povo não come PIB”.

A alta nos preços dos alimentos – em 12 meses, a cesta básica subiu mais de 10% no Rio de Janeiro e teve alta em 16 das 17 capitais acompanhadas pelo Dieese – fustiga o trabalhador, especialmente o que ganha menos. O preço do feijão subiu 26%, e o do arroz, 33%. A elevação dos preços dos aluguéis também se faz presente.

A elevação do dólar, por conta dos problemas na economia dos Estados Unidos, vai acentuar o problema doméstico brasileiro. A manutenção do tripé juros altos, câmbio flutuante e meta de inflação amarra a economia do Brasil. Mesmo com o emprego e a renda em alta, a impopularidade do governo Lula dificilmente cederá.

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Limites da direita

A narrativa bolsonarista tenta esconder, mas a direita ficou decepcionada com o ato em Copacabana, neste domingo. Quem esperava uma manifestação paralela à de São Paulo em fevereiro teve de encarar a realidade: foram cerca de 150 mil pessoas a menos no Rio de Janeiro.

Dos 5 governadores esperados, só apareceram 2: o inexpressivo Jorginho Mello, de Santa Catarina, e o governador local, o cada vez mais encrencado Cláudio Castro.

Uma análise preliminar indica que sem um fator determinante de mobilização, o comparecimento se limita aos mais inflamados (ainda assim, não poucos: cerca de 35 mil). Fica difícil reunir mais cabeças para um ato a favor de um multibilionário norte-americano.

Rápidas

Nesta quinta, no Rio de Janeiro, as oportunidades e obstáculos relacionados à nova política industrial estarão em discussão no “Fórum Debate para o Desenvolvimento – Financiamento à Neoindustrialização”, uma iniciativa da ABDE e do BNDES. Veja a programação aqui *** De quarta a sexta e de 29 a 30 de abril, acontecerá em Botafogo a “Design Week XP”, no campus das Faculdades Integradas Hélio Alonso – Facha (Rua Muniz Barreto, 51) *** O Escritório Mandaliti foi reconhecido na categoria Contentious, “Labor & Employment”, e o sócio Renato Mandaliti recebeu pelo 17º ano consecutivo a honraria de ser um dos principais advogados na área de “Insurance” *** A peça Aos Sábados, de Adyr de Paula, que está em cartaz no Teatro Fashion Mall às 19h, terá no dia 28 uma sessão com narração em Libras e audiodescrição *** O Proex/UFF realizará o “Projeto de Extensão: Os Militares na História do Brasil – Complexidades do Passado e Incertezas do Futuro – Versão 2024”, nesta sexta-feira, às 14h30. Inscrições até quinta-feira.

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