História se repete

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O ganho dos trabalhadores – e também da classe média – que aparece em pesquisa da FGV sobre melhora da distribuição de renda no país está sendo pago pelo setor produtivo exportador e pelo governo. “Os bancos mantêm intacta sua lucratividade recorde”, afirma a pesquisadora da Uerj Beatriz David. “Foi assim que a República Velha caiu”, ironiza.

Rumo
O Brasil é Viável? pergunta o livro que a editora Paz e Terra lança em setembro. Coordenado por Joaquim de Carvalho, consultor na área de energia e ex-diretor de estatais do ramo, a obra reúne o trabalho de diversos autores, com prefácio do economista Carlos Lessa. É um panorama da situação econômica, social e política do país. Segundo o coordenador, o livro não se limita “à posição fatalista de identificar problemas e cruzar os braços. Além de identificá-los e analisá-los minuciosamente, propusemos possíveis linhas para equacioná-los e solucioná-los parcial ou completamente, num prazo realista”. Os assuntos são tratados de forma clara e acessível para não especialistas. Carvalho afirma que, para que o Brasil seja viável, é indispensável começar por uma reforma política que dê aos eleitores a possibilidade de acompanhar de perto o desempenho dos eleitos e de cobrar-lhes atitudes coerentes com o que prometeram em suas campanhas eleitorais.

Fundos
Alfredo Egydio Setubal, do Banco Itaú, encabeça a chapa única para a diretoria da Anbid para o mandato 2006/2008. A eleição será no próximo dia 29.

Furto
Segundo pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Administração (FIA), o prejuízo do varejo carioca com diversas perdas, principalmente por furto, chega a R$ 600 milhões, ou 1,68% do faturamento das empresas no país. Para tratar do tema, a Plastrom Sensormatic, empresa do segmento de segurança eletrônica, em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas do Rio de Janeiro, promove workshop no dia 24 de agosto, no Everest Rio Hotel, em Ipanema.

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Sofrimento
O livro Memórias de uma (outra) guerra – Cotidiano e medo durante a Segunda Guerra em Santa Catarina (Editora UFSC), da historiadora Marlene de Fáveri, recebeu o Prêmio de História Lucas Alexandre Boiteux, concedido pelo Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina. A obra, esgotada em poucos meses, acaba de ganhar uma nova edição. A pesquisadora denuncia, com farta documentação e depoimentos, o sofrimento a que foram submetidos os descendentes de imigrantes alemães e italianos durante a guerra.

No contexto
O professor José Luís Fiori, do Instituto de Economia da UFRJ, realiza, hoje, a palestra “O Brasil no contexto mundial”, às 18h30m, no auditório do nono andar da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), à Rua Araújo Porto Alegre 71, no Centro do Rio. O evento é promovido por ABI e Corecon-RJ, entre outras entidades.

Inimaginável
Esta coluna não foi o único canto da imprensa cético em relação à mirabolante versão sobre o suposto seqüestro de aviões na Inglaterra por hordas de terroristas portadores de explosivos líquidos em recipientes como mamadeiras. O prefeito do Rio, César Maia (PFL), lembra em seu ex-blog que, sexta-feira, o jornal britânico The Guardian publicou editorial, também mostrando seu estranhamento com a história: “Não existir provas claras de algo que era “iminente” e causaria “assassinatos em massa em uma escala inimaginável” é, para dizer o mínimo, peculiar”, afirma o jornal.
Assinado por Craig Murray, o editorial ressalta ainda que nenhum dos supostos terroristas produzira uma única bomba, nem comprara passagem aérea. Além disso, muitos dos acusados sequer têm passaporte: “Seria muito difícil convencer um juiz de que estes indivíduos estavam prestes a realizar ataques suicidas a bomba”, diz o editorial.

“The law is blind”
Mesmo assim e apesar do histórico de déficit de credibilidade do governo Tony Blair, a Justiça britânica resolveu, esta semana, indiciar 11 dos 23 acusados. Enquanto isso, os responsáveis confessos pelo assassinato do brasileiro Jean Charles Menezes não só continuam soltos, como voltaram a patrulhar as ruas londrinas.

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