Relatório confidencial da Organização das Nações Unidas prevê que 1 milhão de civis iraquianos poderão se refugiar em países vizinhos (900 mil no Irã) e outros 2 milhões poderão ficar sem casa dentro do país no caso de um ataque militar norte-americano. De 4,5 milhões a 9,5 milhões de iraquianos – mais de um terço da população do país – necessitarão de alimentos vindos do exterior. O Iraque tem 26,5 milhões de habitantes.
Opostos
Para os crédulos ou incautos que julgam ser possível conciliar no governo Lula uma política econômica tucana com uma equipe pró-desenvolvimento, essa coluna dá um aviso: um acerto assim não duraria um ano (os mais pessimistas limitam este prazo a seis meses).
Sem dono
Há alguns dias, esta coluna publicou nota lamentando que até hoje não se saiba que empresa era realmente responsável pelo óleo transportado pelo petroleiro Prestige – que sofreu um vazamento monumental na costa da Espanha, um desastre provavelmente duas vezes maior do que o acidente com o petroleiro Exxon Valdez, no Alasca. É claro que há muitas informações sobre o Prestige, mas nenhuma conclusiva. Porém, alguns nomes e empresas envolvidos, levantados por Ian Willmore, da ONG Amigos da Terra, merecem ser citados.
O petroleiro pertencia a uma empresa liberiana (Mare International) cujo real proprietário, segundo o jornal inglês The Independent, seria a dinastia grega Couloutrhos. O navio tinha bandeira de Bahamas e estaria carregando óleo para a empresa Crown Resources, com sede em Gibraltar (possessão britânica). O principal escritório da companhia ficava em Londres, posteriormente transferido para a Suíça.
Ligações
A Crown seria de propriedade de um conglomerado russo, Alfa Group, um dos que surgiram na veloz rapina ocorrida após a derrocada da União Soviética. O grupo é dono da Tyumen Oil, que seria, em última instância, a responsável. É justamente aí que aparecem os nomes e países mais interessantes e que pouco apareceram na imprensa. O petróleo que o Prestige transportava viria não da Rússia, mas do Iraque. E a Tyumen estaria sendo investigada por ligações com a máfia russa (acusações corriqueiras no selvagem capitalismo implantado na Rússia).
Vice
Por fim, a mais interessante ligação da Tyumen: com a gigante norte-americana Halliburton, cujo executivo-chefe operou para conseguir aprovar um empréstimo de US$ 500 milhões do Eximbank dos EUA para a empresa russa. A Halliburton se tornou a principal fornecedora de equipamentos e serviços para a indústria petrolífera da Rússia. O nome do executivo-chefe: Richard Cheney. Sim, ele mesmo, Dick Cheney, atual vice-presidente dos Estados Unidos, país que está prestes a invadir o Iraque.
Há vagas
Entre os cargos ainda vagos no governo federal, alguns são ligados ao mercado de capitais. Na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que fiscaliza o mercado acionário, pelo menos dois diretores ainda devem ser empossados.
Gente fina
A polícia israelense iniciou uma investigação sobre um empréstimo de cerca de US$ 1,5 milhão concedido por um empresário sul-africano a Omri e Gilad Sharon, filhos do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, segundo o jornal Haaretz. De acordo com o jornal, o radical primeiro-ministro e seus filhos seriam suspeitos de ter recebido subornos, de abuso de confiança e de falsos depoimentos. O Likud, partido de direita do primeiro-ministro israelense, está também no centro de um escândalo pela compra de votos para compor a lista de candidatos às eleições do próximo dia 28 e pela infiltração de ex-delinquentes em seu comitê central. Nesse escândalo, também está envolvido Omri Sharon, que foi intimado nesta semana para depor na polícia.
Diálogo
Como a agência de notícias Latino-Americana antecipou no MONITOR MERCANTIL, os Estados Unidos disseram ontem que estão dispostos a dialogar com a Coréia do Norte a respeito de seu programa nuclear. Entretanto, os norte-americanos salientaram que os Estados Unidos não irão fornecer compensações para a Coréia do Norte suspender suas obrigações já existentes.