IBC-Br: queda foi menos intensa do que o esperado

Para especialista, números podem indicar uma resiliência da economia brasileira

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Banco Central (Foto: ABr/arquivo)
Banco Central (Foto: ABr/arquivo)

A atividade econômica no Brasil registrou alta no segundo trimestre, de acordo com informações do Banco Central. O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) teve aumento de 1,1% de abril a junho em relação ao trimestre anterior (janeiro a março), de acordo com dados dessazonalizados. Em comparação ao segundo trimestre de 2023, a alta foi de 2,8%, sem ajuste para o período, já que a comparação é entre meses iguais.

Considerando apenas o mês de junho deste ano, o IBC-Br teve aumento de 1,4% em relação a maio, atingindo 152,09 pontos, em dados dessazonalizados. Na comparação com o mesmo mês de 2023, houve alta de 3,2% (sem ajuste para o período). No acumulado do ano, o indicador ficou positivo em 2,1% e, em 12 meses, registrou aumento de 1,6%.

Para o economista José Alfaix, da Rio Bravo, “em meio a uma atividade que vem surpreendendo as projeções de maneira constante, o IBC-Br mostrou queda inferior às expectativas, caindo -0,4% ante ao consenso de -0,7%. O resultado vem depois da divulgação do PIB, que também superou as estimativas ao crescer 1,4% no segundo trimestre. E, mesmo com a retração de julho, o IBC-Br cresceu 5,3% na análise interanual. Para a segunda metade do ano, as expectativas são de menor crescimento. Com os impulsos fiscais reduzindo, sem pagamento de precatórios, décimo terceiro de benefícios previdenciários, e maior diligência na concessão dos mesmos, a expectativa é que o consumo do governo tenha menor impacto na atividade nos próximos trimestres. Ainda assim, quando olhamos a dinâmica do setor de serviços no mês de julho, juntamente às vendas no varejo, observamos que o comportamento ainda surpreende. A questão reside em entender se o enfraquecimento será fiel às expectativas, meio a uma economia que só tem surpreendido.”

Já segundo André Colares, CEO da Smart House Investments, o indicador apresentou uma queda abaixo da projeção do mercado:

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“Embora o número seja negativo, a queda foi menos intensa do que o esperado, o que pode indicar uma resiliência da economia brasileira, especialmente diante dos fortes resultados de comércio, serviços e do PIB no segundo trimestre. Esse dado pode suavizar as pressões para uma alta mais significativa da Selic na próxima reunião do Copom, mas ainda reforça a necessidade de atenção aos sinais de enfraquecimento da atividade econômica. O mercado financeiro deve ajustar suas expectativas, equilibrando as perspectivas de um cenário de crescimento mais lento com a necessidade de manter o controle da inflação.”

E para Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, “o IBC-Br vem abaixo do consenso que esperava -0,80%. O dado anterior foi de 1,40%. Então mesmo que isso apresente uma desaceleração, veio menor do que se esperava, então podemos considerar que não é tão ruim o cenário porque o PIB está mais forte do que o esperado. Nós podemos considerar que os dados que formaram esse IBC-Br são: indústria (-1,4%), varejo ampliado (0,1%) e serviços (1,2%). Considerando uma fotografia mais geral dos últimos dados, onde a inflação veio aliviada e a atividade econômica do Brasil parece estar indo bem, dados do mercado de trabalho mais apertado, acredito que a taxa Selic deve ter aumento gradual de 0,25%. Ainda não se justifica uma tomada mais radical no aumento da taxa de juros no país.”

Com informações da Agência Brasil

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