A atividade da economia brasileira em dezembro de 2024 apresentou recuo de 0,7% na comparação com novembro, segundo o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) divulgado hoje pelo Banco Central. Mesmo com a desaceleração, o indicador anotou um crescimento de 3,8% da economia do país no ano passado. O IBC-Br é considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB).
O resultado de dezembro veio após uma alta de 0,10% em novembro. Ainda de acordo com o BC, na comparação com dezembro de 2023, os dados mostram que o IBC-Br cresceu 2,4%. No trimestre encerrado em dezembro, o IBC-Br acusou alta de 4,4% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
O Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV) apontou que a economia cresceu 3,5% em 2024. “O crescimento de 3,5% do PIB em 2024, embora seja semelhante ao de 2023 (3,2%), conta uma história diferente”, explica a FGV.
Em termos monetários, a FGV estima que o PIB de 2024, em valores correntes, tenha sido de R$ 11,655 trilhões. Em termos reais, este é o maior valor da série histórica, que mantém o padrão de crescimento observado desde 2021. O PIB per capita de 2024 foi de R$ 56.796, maior nível da série histórica.
Em 2024 a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, que expressa os investimentos na economia) se recuperou da retração de 2023 e encerrou o ano com o expressivo crescimento de 7,6%. Com crescimento em todos os seus componentes, o grande destaque foi o segmento de máquinas e equipamentos que cresceu 12% após a queda de 8,4% em 2023.
“Em 2023, o resultado foi bastante influenciado pela agropecuária e pelas exportações. Em 2024, desde o início do ano notou-se um crescimento mais disseminado entre as diversas atividades econômicas, além do retorno do crescimento nos investimentos. A indústria, os serviços e o consumo das famílias apresentaram resultados ainda melhores em 2024 dos que os já elevados crescimentos registrados em 2023. Pode-se afirmar que em 2024, em termos de atividade econômica, o Brasil teve um ótimo resultado”, enfatiza a FGV.
“Para 2025, contudo, muitos riscos, tanto internos quanto externos, podem dificultar a manutenção desse ritmo de crescimento. Pelo lado interno, os juros elevados, com efeitos negativos na atividade econômica, atingem principalmente os investimentos. Já no ambiente externo, novas imposições de tarifas podem comprometer o nível das exportações.”
Após ter encerrado 2023 com crescimento de 3,2%, mas com desaceleração, o consumo das famílias cresceu 5,2% em 2024, sendo este o maior resultado registrado no ano. Todos os tipos de consumo contribuíram positivamente para este desempenho.
Segundo Flávio Serrano, economista-chefe do Banco BMG, o resultado do IBC-Br foi pior que o esperado (-0,4%). Com isso, o indicador de atividade do BC aponta para um PIB estável no último trimestre do ano passado. Atualmente, nossa projeção é de crescimento de 0,4% no período, o que coloca um risco de o PIB também surpreender negativamente na próxima divulgação.”
“De qualquer forma, o resultado de hoje [segunda-feira] se soma aos diversos dados divulgados que apontam para uma desaceleração econômica mais dispersa entre os diversos setores da economia. O PIB, que deve ter fechado 2024 com crescimento próximo de 3,5%, deverá desacelerar para cerca de 2% em 2025, e o resultado só não será mais fraco por conta do PIB agropecuário – devido à safra de grãos que será muito boa neste ano”, avalia Serrano
Com informações da Agência Brasil e da FGV
Matéria atualizada às 18h15 para inclusão de dados do Monitor do PIB
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