Em um ano, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza no país. Numericamente, essa população recuou de 67,7 milhões para 59 milhões, seu menor contingente desde 2012. Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada hoje pelo IBGE.
No mesmo período, a proporção da população na extrema pobreza (US$ 2,15 PPC por dia ou R$ 209 por mês) recuou de 5,9% para 4,4%, o menor percentual desde 2012. Pela primeira vez, esse indicador ficou abaixo dos 5%.
De 2022 a 2023, cerca de 3,1 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza, no país. A população na extrema pobreza recuou de 12,6 milhões para 9,5 milhões, menor contingente desde 2012.
Em 2023, cerca de 51% das pessoas em áreas rurais viviam em domicílios beneficiados por programas sociais. Em áreas urbanas, essa proporção era de 24,5%.
Entre as pessoas com zero a 14 anos, 42,7% (ou duas em cada cinco) viviam em domicílios com benefícios de programas sociais.
Em 2023, o total de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam e não estavam ocupados atingiu o menor número (10,3 milhões) e a menor proporção (21,2%) desde o início da série, em 2012.
Entre 10,3 milhões de jovens de 15 a 29 que não estudavam nem estavam ocupados, as mulheres pretas ou pardas eram 4,6 milhões (ou 45,2% desse total, enquanto as mulheres brancas eram 1,9 milhão (ou 18,9%). Já os homens pretos ou pardos eram 2,4 milhões (23,4%) e os homens brancos, 1,2 milhão (11,3%).
O rendimento-hora dos trabalhadores de cor ou raça branca (R$ 23,02) era 67,7% maior que o dos trabalhadores de cor ou raça preta ou parda (R$ 13,73).
Em 2023, o rendimento médio por hora trabalhada dos homens (R$ 18,81) superou o das mulheres (R$ 16,70) em 12,6%. A maior desigualdade estava entre pessoas com nível superior completo, com o rendimento médio dos homens (R$ 42,60) superando o das mulheres (R$ 30,03) em 41,9%.
De 2022 a 2023, o percentual da população do país com rendimento domiciliar per capita abaixo da linha de pobreza adotada pelo Banco Mundial (US$ 6,85 PPC por dia ou R$ 665 por mês) caiu de 31,6% para 27,4%. Foi a menor proporção desde 2012. Numericamente, essa população recuou de 67,7 milhões para 59,0 milhões, seu menor contingente desde 2012. Em um ano, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza no país.
Ainda segundo o instituto, no mesmo período, a proporção da população do país com rendimento domiciliar per capita abaixo da linha de extrema pobreza (US$ 2,15 PPC por dia ou R$ 209 por mês) do Banco Mundial recuou de 5,9% para 4,4%, a menor proporção desde 2012. Pela primeira vez, esse indicador ficou abaixo dos 5,0%. Em números absolutos, a população na extrema pobreza recuou de 12,6 milhões para 9,5 milhões de pessoas, também o menor contingente desde 2012. Em um ano, cerca de 3,1 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza.
Nessa análise, o IBGE considerou as linhas do Banco Mundial segundo o Poder de Paridade de Compra (PPC), que monitoram o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 1 (ODS nº 1: Erradicação da Pobreza).
Em 2023, o índice de Gini (0,518) manteve o mesmo valor de 2022, indicando que não houve redução na desigualdade de rendimento frente ao ano anterior. André Simões, que integra a equipe responsável pela SIS, avalia que “por atuarem mais na base da estrutura de rendimentos, os efeitos dos benefícios de programas sociais impediram que o Gini aumentasse, pois sem esses benefícios, o Gini teria passado de 0,518 para 0,555”.
No Brasil, em 2023, a renda total apropriada pelos 10% com os maiores rendimentos foi 3,6 vezes maior do que a renda dos 40% com os menores rendimentos. Não houve variação frente a 2022, em consonância com os resultados do Índice de Gini.
Entre as pessoas ocupadas, menos de 1% foram consideradas extremamente pobres em 2023, enquanto entre os desocupados essa proporção chegou a 14,6%. Da mesma forma, a proporção de pessoas ocupadas pobres (14,2%) foi bem inferior à dos desocupados pobres (54,9%).
Segundo André Simões, “esses indicadores mostram que há pobreza entre a população ocupada, provavelmente relacionada à vulnerabilidade social de alguns segmentos do mercado de trabalho. No entanto, a pobreza e a extrema pobreza entre os trabalhadores são menos intensas do que na população desocupada”.
De 2022 para 2023, a proporção de pessoas que viviam em domicílios beneficiados por programas sociais subiu de 25,8% para 27,9%. Em 2020, ponto mais alto da série, essa proporção havia chegado a 36,8%, devido aos benefícios concedidos pelo governo para minorar os efeitos da pandemia.
Em 2023, cerca de 51% das pessoas em áreas rurais viviam em domicílios beneficiados por programas sociais. Em áreas urbanas, essa proporção era de 24,5%. Entre as pessoas com 0 a 14 anos, 42,7% viviam em domicílios com benefícios de programas sociais. Essa proporção se reduz com a idade, recuando para 14,7% entre as pessoas com 60 anos ou mais. Ou seja, os programas sociais estão presentes na vida de duas em cada cinco crianças do país.
Em 2023, o total de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam e não estavam ocupados atingiu o menor número (10,3 milhões) e a menor taxa (21,2%) desde o início da série, em 2012. Denise Guichard, analista do IBGE, avalia que “esta redução se deve à melhora do mercado de trabalho, ao aumento no número de jovens que estudavam e estavam ocupados e também às mudanças demográficas que levam a uma gradual diminuição da população mais jovem no país”.
Quanto menor a faixa de rendimento, maior a proporção de jovens de 15 a 29 anos fora do sistema de ensino e sem trabalho. Em 2023, cerca de 21,2% dos jovens não estudavam nem estava trabalhando. No entanto, entre os 10% dos domicílios do país com os maiores rendimentos, 6,6% dos jovens estavam nessa condição, enquanto nos 10% dos domicílios com os menores rendimento, 49,3% dos jovens (praticamente a metade) não estudavam e não estavam ocupados.
Entre 10,3 milhões de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam nem estavam ocupados no Brasil em 2023, as desigualdades de gênero e de cor ou raça persistem: as mulheres pretas ou pardas eram 4,6 milhões (ou 45,2% do total de jovens que não estudavam nem estavam trabalhando), enquanto as mulheres brancas eram 1,9 milhão (ou 18,9%). Já os homens pretos ou pardos eram 2,4 milhões (23,4%) e os homens brancos, 1,2 milhão (11,3%). A quantidade de jovens que não estudavam nem estavam trabalhando recuou 4,9% entre 2022 e 2023. No entanto, as maiores reduções no período foram entre as mulheres brancas (11,9%) e entre os homens pretos ou pardos (9,3%). Para os homens brancos o recuo foi menos expressivo (6,5%) e as mulheres de cor ou raça preta ou parda apresentaram a menor redução do período (1,6%).
O indicador de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam e não estavam ocupados inclui simultaneamente aqueles que não estudavam mas buscavam por uma ocupação (jovens desocupados) e aqueles que não estudavam e também não procuravam por uma ocupação (jovens fora da força de trabalho). Em 2023, entre as mulheres jovens que não estudavam e não estavam ocupadas, 76,5% estavam fora da força de trabalho, enquanto a proporção entre os homens era de 61,7%, uma diferença de 14,8 pontos percentuais. Para Denise Guichard, “Isso demonstra que os afazeres domésticos e o cuidado com parentes aumentam a dificuldade das mulheres para buscas uma colocação no mercado de trabalho”.
O total das pessoas ocupadas em 2023 chegou ao seu maior contingente desde 2012: 100,7 milhões, com aumento de 3,7 milhões de pessoas (ou mais 3,8%) frente a 2022. Esse aumento ocorreu entre os trabalhadores com vínculo (mais 2,0 milhões) e também entre os sem vínculo (mais 1,7 milhão).
Em 2023, o nível de ocupação para o total da população foi de 57,6%. Para os homens, esse indicador alcançou 67,9%, contra 47,9% para as mulheres, uma diferença de 20 pontos percentuais que, salvo pequenas oscilações, foi praticamente a mesma desde 2012.
Com informações da Agência de Notícias IBGE
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