IBGE: PIB cresceu 0,8% no primeiro trimestre, puxado por serviços

Segundo instituto, taxa de investimento fica praticamente estável e taxa de poupança recua

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Salão de cabeleireiro (Foto: Fernando Frazão/ABr)
Salão de cabeleireiro (Foto: Fernando Frazão/ABr)

No primeiro trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto do país teve alta de 0,8% frente ao último trimestre de 2023, na série com ajuste sazonal. O setor de serviços puxou essa variação positiva, com alta de 1,4%, principalmente devido às contribuições do comércio (3,0%), de informação e comunicação (2,1%) e de outras atividades de serviços (1,6%). A agropecuária cresceu 11,3% e a indústria registrou uma pequena variação negativa (-0,1%), que é considerada estabilidade.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Para Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, dentro do setor de serviços, algumas atividades se destacaram na alta do PIB ante o trimestre anterior:

“O comércio varejista e os serviços pessoais, ligados ao crescimento do consumo das famílias, a atividade internet e desenvolvimento de sistemas, devido ao aumento dos investimentos e os serviços profissionais, que transpassam à economia como um todo”.

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Na mesma comparação, Rebeca lembra que, na análise do PIB pela ótica da demanda, observa-se uma continuidade do crescimento do consumo das famílias, devido à melhoria do mercado de trabalho no país e às taxas de juros e de inflação mais baixas, além da continuidade dos programas governamentais de auxílio às famílias.

Outro destaque positivo foi o aumento dos investimentos, alavancados pelo aumento na importação de bens de capital, no desenvolvimento de software e na construção. Por outro lado, a economista do IBGE lembra que a produção de bens de capital ainda está no terreno negativo na taxa interanual.

Na comparação do primeiro trimestre de 2024 com o mesmo trimestre do ano passado, houve alta de 2,5% no PIB, puxada também pelos serviços e pelas atividades de informação e comunicação, comércio e outras atividades de serviços.

“Os destaques foram os mesmos”, observa a analista do IBGE, “mas houve mudança na contribuição do setor externo para o crescimento da economia. Em 2022 e 2023, o setor externo havia contribuído positivamente, com as exportações crescendo mais do que as importações. Nesse primeiro trimestre essa contribuição virou negativa. Estamos importando muitas máquinas e equipamentos e bens intermediários e o real se valorizou”.

Rebeca lembra, ainda, que a agropecuária não está com um desempenho favorável como em anos anteriores afetando as exportações de 24. Nesse trimestre tivemos um crescimento da economia totalmente baseado na demanda interna”.

No primeiro trimestre de 2024, a taxa de investimento foi de 16,9% do PIB, abaixo dos 17,1% registrados no primeiro trimestre de 2023. Já a taxa de poupança foi de 16,2%, ante 17,5% no mesmo trimestre de 2023. Rebeca ponderou que “taxa de investimentos ficou praticamente no mesmo patamar do ano passado, pois em 2024.I, tanto os investimentos quanto o PIB cresceram”.

A economista do IBGE lembra que a taxa de poupança teve uma queda importante. “Como o consumo das famílias cresceu bem acima do PIB, consequentemente a poupança diminuiu”.

O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, cresceu 2,5%. Nessa comparação, houve altas na agropecuária (6,4%), na indústria (1,9%) e nos serviços (2,3%).

Para Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital, “o resultado vem em linha com as expectativas do mercado, o que é positivo e, mais uma vez, demonstra de forma clara, que a economia está aquecida e, com isso, o mercado de trabalho segue na mesma linha.”

E segundo Volnei Eyng, CEO da Multiplike, “o PIB do primeiro trimestre de 2024 veio levemente acima do esperado, número muito positivo, que demonstra o efeito e resultado da diminuição da taxa Selic no segundo semestre. Lembrando que, no último trimestre de 2023, nós tivemos uma estagnação. Esse número positivo do PIB deixa algumas marcas: a primeira marca que precisamos gravar é que, o crescimento do agro que veio forte, mas precisamos lembrar que o agro sempre vem forte no primeiro trimestre. O setor de serviços, mais uma vez, veio acima do esperado. Este é um setor que tem um impacto de quase 70% no nosso PIB. Isso demonstra que a economia está levemente aquecida, devendo fechar o ano com um PIB acima de 2%, mas a inflação não deve ser impactada.”

Com informações da Agência de Notícias IBGE

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