IBGE: setor de serviços cresceu 0,7% em junho

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Salão de cabeleireiro (Foto: Fernando Frazão/ABr)
Salão de cabeleireiro (Foto: Fernando Frazão/ABr)

Na passagem de maio para junho, o setor de serviços cresceu 0,7%, registrando a segunda alta seguida e acumulando ganhos de 2,2% desde março, chegando a 7,5% acima do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020. Com relação ao nível mais alto da série histórica, ficou 3,2% abaixo de novembro de 2014. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com junho do ano passado, o volume do setor de serviços teve alta de 6,3%, a 16ª taxa positiva seguida, com expansão em quatro das cinco atividades. Apenas outros serviços tiveram queda nessa análise, com queda de 4,2%, acumulando perda de 1,6% nos 12 meses encerrados em junho de 2022.

O acumulado em 12 meses no volume de serviços total vem registrando diminuição no ritmo, ao passar de 11,7% em maio para 10,5% em junho de 2022.

De acordo com o analista da pesquisa Luiz Almeida, quatro das cinco atividades que integram o levantamento registraram crescimento em volume. Ele destaca que a alta de 0,6% no setor de transportes foi a principal influência no resultado do mês, em especial o transporte dutoviário, rodoviário de cargas e transporte coletivo de passageiros.

“O setor de transportes encontra-se 16,9% acima do patamar pré-pandemia, ultrapassando esse nível em maio de 2021 e se mantendo acima desde então. Ou seja, já são 14 taxas acima do nível de fevereiro de 2020. O setor foi beneficiado inicialmente pelo aumento do transporte de cargas, muito disso devido ao aumento observado nas vendas online durante a pandemia, gerando impacto na cadeia logística, e, posteriormente, a recuperação do transporte de passageiros ajudou a impulsionar o setor”, explicou.

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Almeida disse que a retomada de atividades como feiras e convenções, arquitetura e engenharia e vigilância e segurança privada elevaram em 0,7% a área de serviços profissionais, administrativos e complementares.

De acordo com a pesquisa, os serviços prestados às famílias subiram 0,6%, com destaque para os serviços de artes cênicas e espetáculos e de gestão de instalações esportivas. Apesar da alta, é o único setor que ainda está abaixo do patamar pré-pandemia, mas demonstra uma trajetória de crescimento e acumula 34,7% de alta nos últimos 12 meses encerrados em junho. O único setor com baixa em junho foi o de informação e comunicação, que caiu 0,2%, puxado por portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet. Mas o setor vem apresentando alta e acumula 6,7% em 12 meses.

As atividades turísticas caíram 1,8% em junho, na comparação com maio, após três altas consecutivas com acúmulo de 10,7%. O segmento ainda se encontra 2,8% abaixo do patamar de fevereiro de 2020.

Para Eduardo Vilarim, economista do Banco Original, “o avanço dos serviços prestados às famílias teve como destaque outros serviços prestados às famílias (3,0%), enquanto alojamento e alimentação observou considerável contração. O mesmo pode ser observado nos serviços de transporte, principal contribuição positiva da PMS, onde o transporte dutoviário e transporte de cargas fizeram grande contraponto à queda de 9,9% dos serviços aéreos. Parte da queda do transporte aéreo pode ser explicada pela alta inflação das passagens aéreas (122,4% em 12 meses), afetando também o índice de atividades turísticas (-1,38%). Já o bom desempenho dos serviços profissionais, administrativos e complementares segue em linha com o avanço da ocupação no mercado de trabalho, tanto de trabalhos formais quanto informais.”

Segundo a Confederação Nacional de Serviços (CNS), o total de empregos no primeiro semestre no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) publicado, o setor de serviços obteve um saldo positivo de 788.488 mil ou seja 59,1% dos empregos formais.

O resultado positivo no saldo líquido de empregos formais na primeira metade do ano está associado ao retorno das atividades presenciais e às medidas de estímulo ao consumo, como saque extraordinário do FGTS e a antecipação do 13º pelo INSS.

O setor de serviços no mês de junho registrou saldo de 124.534 postos de trabalho. Os subsetores que influenciaram no resultado foram: transporte, armazenagem e correio (16.751 postos); informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (65.827 postos); alojamento e alimentação (17.758) postos); serviços domésticos (17 postos); outros serviços (9.597 postos); e administração pública (14.584 postos)

 

Com informações da Agência Brasil

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