Ibovespa cai mais de 1% na semana e dólar tem quarta queda semanal

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Após uma nova sessão de leves perdas na véspera, o Ibovespa registrou queda mais acentuada nesta sexta-feira (21), encerrando a semana no negativo após os fortes ganhos recentes. Pesou no mercado o desempenho dos principais índices internacionais e das commodities. Além disso, os investidores também digeriram o anúncio do aumento de impostos e seus possíveis impactos sobre a economia e a inflação.

O benchmark da bolsa brasileira fechou com queda de 0,39%, aos 64.684 pontos, fechando a semana com perdas acumuladas de 1,15%. O volume financeiro ficou em R$ 5,303.

Os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 caíram 1 ponto-base, a 8,53%, ao passo que os DIs com vencimento em janeiro de 2021 recuaram 3 pontos-base, a 9,44%. Os recuos vistos nos yields dos contratos de juros futuros indicam maiores apostas do mercado por um corte de 100 pontos-base na Selic na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) marcada para a próxima semana.

 

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Destaques

 

No principal índice de ações da bolsa, o destaque ficou com as ações da Braskem, que acumularam na semana alta de 7% com diversos grupos interessados na fatia da Petrobras na petroquímica. Nesta sexta-feira, contudo, os papéis tiveram correção na bolsa, quebrando uma sequência de nove altas. Na sequência, aparecem os papéis da Cyrela e Localiza, que saltaram cerca de 5% na semana, reagindo aos dados do 2° trimestre. Já do lado negativo figuraram as ações da BRF, CSN e Ultrapar, que lideraram as perdas do Ibovespa, com quedas próximas a 5%.

Fora do índice, uma small cap do varejo vem ganhando atenção neste mês. As ações da Vulcabras Azaleia acumulam valorização de 92% em julho. Em comunicado ao mercado, a empresa disse que desconhece motivo da alta, mas que, conforme já havia informado em janeiro deste ano, estuda alternativas de captação de recursos.

As ações da Petrobras (PETR3, R$ 13,29, -2,49%; PETR4, R$ 12,69, -3,13%) caíram pelo segundo dia seguido, acompanhando os preços do petróleo no mercado internacional, que recuam após um relatório de consultoria apontar que a produção da commodity pelos membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) deve aumentar em julho, apesar dos esforços na direção contrária. Os contratos do petróleo WTI recuaram 2,5%, a US$ 46,00 o barril, enquanto os contratos futuros do Brent registravam queda de 2,72%, a US$ 47,96 o barril.

As ações da Vale (VALE3, R$ 28,76, +0,14%; VALE5, R$ 27,05, +0,30%) esboçaram pregão de recuperação, mas perderam força nesta tarde e fecharam no negativo, dando sequência à queda de quase 4% registrada ontem. Contribuiu para o movimento a queda do minério de ferro hoje. A commodity spot (à vista) negociada no porto de Qingdao, na China, caiu 1,34%, a US$ 67,14 por tonelada, enquanto os contratos futuros do minério negociados na bolsa chinesa de Dalian recuaram 0,95%, a 521 iuanes.

No mesmo caminho seguiram as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 21,02, -0,28%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 10,69, -1,66%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,26, -1,31%) e CSN (CSNA3, R$ 7,37, -2,51%). A exceção foi a Usiminas (USIM5, R$ 4,95, +0,61%), que fechou em alta. 

As ações da Localiza (RENT3, R$ 51,50, +4,44%) dispararam após divulgar números do segundo trimestre, com o lucro superando a maior estimativa de analistas consultados pela Bloomberg. A companhia somou lucro líquido de R$ 129,3 milhões no período, um salto de 31,9% ante mesmo período do ano passado.

 

Dólar

 

O dólar avançou 0,45%, a R$ 3,1408 na venda, mas acumulou perda semanal, pela terceira vez seguida, de 1,38%. Na mínima da sessão, a moeda norte-americana atingiu R$ 3,1108 e, na máxima, foi a R$ 3,1432.  "O dólar caiu muito neste mês e era natural que em algum momento passasse por correção", afirmou o operador da Spinelli Corretora, José Carlos Amado.

Em julho, até agora, o dólar já perdeu 5,19% com o mercado acreditando que, mesmo que o presidente Michel Temer eventualmente perca seu mandato, a agenda de reforma continuará com a permanência da atual equipe econômica.

Durante o pregão, no entanto, investidores saíram às compras para aproveitar o baixo nível do dólar, invertendo o ritmo de queda frente ao real. O patamar de R$ 3,10 era o piso informal do mercado no período que antecedeu o recrudescimento da crise política, em meados de maio.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,3 mil swaps cambiais tradicionais para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Com isso, já rolou US$ 4,150 bilhões do total de US$ 6,181 bilhões que vence no mês que vem.

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