Ibovespa dispara no último pregão de junho

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As preocupações com o andamento da agenda de reformas e o futuro do governo Michel Temer não foram suficientes para trazer mais um mês negativo para a Bolsa após a hecatombe política que derrubou os mercados em maio, após as revelações do empresário Joesley Batista.

Com o fechamento alta de 1,06% nesta sexta-feira, o Ibovespa conseguiu dar a volta por cima "nos acréscimos", embalado pelo dia positivo das commodities no mercado internacional e o noticiário corporativo bem recebido pelos investidores. O desempenho no último pregão do mês fez o índice encerrar junho em alta de 0,30%%, a 62.899 pontos. No semestre, o benchmark acumulou variação positiva de 4,44%.

Os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 caíam 4 pontos-base, a 8,94%, ao passo que os DIs com vencimento em janeiro de 2021 recuavam 12 pontos-base, a 10,08%.

 

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Destaques

 

Esta sexta-feira (30) marca o término não só da semana e do mês, mas também do semestre, com o Ibovespa subindo 0,33% nos primeiros seis meses do ano. Em junho 10 das 58 ações que fazem parte do índice subiram mais de 6% – com destaque para as siderúrgicas -, enquanto outros 10 papéis recuaram mais de 6%.

A Usiminas liderou os ganhos do mês, subindo 15,87%, cotada a R$ 4,60, seguida pela Metalúrgica Gerdau, com alta de 11,43%, para R$ 4,97. A CSN, apesar de ficar mais para trás, registrou o maior ganho da semana, avançando 12,54%, cotada a R$ 7,18.

Na ponta negativa de junho, destaque para a Natura, que afundou 21,09%, a R$ 25,70, após o mercado receber mal a compra da The Body Shop. Na sequência ficaram a JBS (JBSS3, R$ 6,53, -19,08%) – ainda em derrocada após a delação de Joesley Batista – e a Estácio (ESTC3, R$ 14,62, -15,93%) – com a derrota de sua fusão com a Kroton.

Nesta sexta-feira, as ações da Copasa (CSMG3, R$ 40,00, +3,36%) subiram forte após a Arsae divulgar alguns dados finais sobre a revisão tarifária da Copasa no Diário Oficial de Minas Gerais, com um aumento de 8,69% versus 4,1% da proposta original.

As ações da Petrobras (PETR3, R$ 13,20, +1,46%; PETR4, R$ 12,37, +1,56%) subiram com a notícia de que a diretoria executiva aprovou a revisão da política de preços de diesel e gasolina comercializados em suas refinarias, visando aumentar a frequência de ajustes nos preços, que passará a vigorar no dia 3 de julho.

A mineradora Vale (VALE3, R$ 29,00, +0,35%; VALE5, R$ 26,91, +0,11%) e as siderúrgicas tiveram uma sessão volátil após o minério de ferro voltar a subir no exterior. A commodity negociada no porto de Qingdao com 62% de pureza subiu 0,37%, encerrando o dia cotado a US$ 64,95 por tonelada e cravando a quarta sessão consecutiva de alta.

A Bradespar (BRAP4, R$ 20,60, -0,19%) – holding que detém participação na Vale – fechou no negativo. Entre as siderúrgicas, CSN (CSNA3, R$ 7,18, +4,51%), Usiminas (USIM5, R$ 4,60, +1,77%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,97, +0,81%) e Gerdau (GGBR4, R$ 10,28, +1,18%) apareceram entre as maiores altas do dia.

 

Dólar

 

O dólar avançou 0,15%, a R$ 3,3128 na venda, terminando a semana com queda de 0,79% e junho com elevação de 2,36%, segunda alta mensal seguida. No segundo trimestre, a moeda norte-americana acumulou ganhos de 5,80%, maior valorização trimestral desde o período entre julho e setembro de 2015 (+26,77%). Em 2017 até junho, o dólar ficou 1,94% mais caro.

"O dólar já incorpora a aprovação da reforma trabalhista. Se não for aprovada antes do recesso parlamentar (em 18 de julho), pode ir a 3,45 reais", afirmou o CEO do correspondente cambial BeeCâmbio, Fernando Pavani.

O mercado foi atropelado pela delação de executivos do grupo J&F contra Temer, que acabou sendo denunciado por corrupção passiva e ainda é investigado pelos crimes de organização criminosa e obstrução da Justiça. Com isso, aumentou o temor de que as reformas trabalhistas e da Previdência possa não andar no Congresso Nacional.

A cautela deve continuar sendo a tônica dos mercados no curto prazo, bem como a atuação do Banco Central que, na véspera, concluiu a rolagem integral dos swaps cambiais tradicionais  de julho. Em agosto, vencem outros US$ 6,181 bilhões e, pelo menos por enquanto, o BC não anunciou novas intervenções.

O presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que a autoridade monetária tem mais espaço para atuação no mercado de câmbio diante do baixo estoque de swaps, equivalente a cerca de US$ 28 bilhões.

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