Com apoio do Sinaval, Petrobras lança Mapa de Estaleiros do Brasil

Mapa vai impulsionar o desenvolvimento da infraestrutura brasileira.

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Mapa de Estaleiros do Brasil
Mapa de Estaleiros do Brasil (Arte: IBP)

Em evento realizado nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) e a Petrobras, com apoio do Sinaval, lançaram o Mapa de Estaleiros do Brasil, parte da iniciativa integrada entre os setores de petróleo, gás, energia e naval para levar informações abrangentes e atualizadas sobre a infraestrutura dos estaleiros e projetos no país de forma acessível e disponível ao mercado.

Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, reforçou que o Mapa dos Estaleiros é um primeiro passo para avançar no debate sobre temas como conteúdo local e da indústria naval brasileira. Nesse contexto, a demanda da Petrobras é um pilar fundamental. O executivo avalia que o Mapa atende a necessidade de apresentar esta infraestrutura dos estaleiros nacionais para o mercado internacional em sinergia com a demanda firme da Petrobras e a implementação de uma política de governo.

“A indústria naval é relevante em escala global, não é antiquada. Noruega e Espanha tiveram ciclos relevantes na indústria naval, bem como os japoneses e coreanos com fortes investimentos em estaleiros. O Brasil está retomando sua posição na rota do crescimento do setor naval”, analisa Jean Paul Prates.

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Ariovaldo Rocha no lançamento do Mapa dos Estaleiros do Brasil (foto Sinaval)
Ariovaldo Rocha, presidente do Sinaval

15 estaleiros desativados ou sem demanda no Brasil

O levantamento mapeou 48 estaleiros brasileiros. A constatação é que ao menos seis estão desativados e nove estão ativos, mas atualmente não têm demanda de projetos navais.

Entre os estaleiros ativos, mas sem demanda atualmente, estão os dois maiores do país: Enseada, na Bahia, e o Atlântico Sul, em Pernambuco. Juntos, os dois têm capacidade para processar mais de 200 mil toneladas de aço por ano, ou seja, 40% da capacidade instalada na indústria naval brasileira.

Outro estaleiro de grande porte que está sem demanda é o QGI, no Rio Grande do Sul. O Brasa, no Rio de Janeiro, encontra-se desativado, segundo o IBP.

Pedro Alem, gerente executivo de Áreas Terrestres, Águas Rasas e Política Industrial no IBP, apresentou a ferramenta com os seus objetivos e propósitos. Ele destacou que o mapa é um instrumento vivo e interativo em atualização constante. Pedro Alem mencionou que este é um painel intuitivo com oportunidade para filtrar a pesquisa por estaleiros aptos para produzir FPSO (navio-plataforma que pode produzir, armazenar e transferir petróleo e gás) ou mostrar seus dados, como posição geográfica, capacidade de movimentação de aço e porte.

Ilustração de FPSO
Ilustração de FPSO (Arte: Petrobras)

“Esta é uma ferramenta que permitirá aos armadores, petroleiras e investidores conhecer toda infraestrutura dos estaleiros no Brasil”, ressaltou Pedro Alem.

Investimentos no setor

Jean Paul Prates acrescentou que o plano estratégico da Petrobras contempla R$ 500 bilhões e geração de 280 mil empregos por ano até 2028. Inclui construção de plataformas offshore com módulos até três vezes maior que as atuais, como a P-80 e a P-83. Prates indica que são sete FPSO em fase de estudos e três estaleiros que já estão com elevada demanda neste momento.

O plano de revitalização de ativos da empresa terá foco em 23 plataformas e mais 40 para desmontar. Tem estimativa de encomenda de 200 embarcações de apoio para incrementar a frota a partir de 2028. Devem ser construídos até 38 navios de apoio marítimo mais moderno, com propulsão híbrida e redução de emissões.

Prates ainda anunciou uma rodada de negócios na OTC, em parceria com o IBP, para fornecedores brasileiros alcançarem o mercado global, além de possibilitar o diálogo com investidores e organizar visitas técnicas deles no Brasil para que conheçam a infraestrutura nacional de estaleiros.

O evento, com patrocínio da Triunfo Logística, também contou com a presença de representantes do Fundo da Marinha Mercante (FMM), Abimaq, ANP, Abemi, BNDES, Abespetro, deputado federal Alexandre Lindenmeyer e deputada federal Celia Jordão.

Com Agência Brasil

Matéria atualizada às 18h02 para incluir informações sobre estaleiros desativados ou sem encomendas

Matéria atualizada às 14h02 de 19/4/2024 para corrigir a informação: o estaleiro QGI é do Rio Grande do Sul, não do Rio Grande do Norte, como informou a Agência Brasil

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