Ibre: produtos e serviços estão mais caros neste Dia dos Namorados

Chocolates, restaurantes e salão de beleza estão entre as maiores altas para a data; brasileiros pretendem gastar até R$ 150 em média

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Shopping center (Foto: Valter Campanato/ABr)
Shopping center (Foto: Valter Campanato/ABr)

Levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em 25 produtos e serviços do IPC-DI/FGV Ibre, apontou um aumento médio de 4,02% nos últimos 12 meses nos preços dos itens mais procurados para o Dia dos Namorados. Esse índice representa praticamente a mesma proporção da inflação geral apurada no mesmo período, que foi de 4,28%.

O levantamento mostrou também mostrou que a inflação dos serviços subiu 5,37%, sendo a alta puxada pelos restaurantes, cujo preço avançou 5,38%. Outros itens da cesta de serviços que mais sofreram aumento foram: salão de beleza (8,01%), teatro (6,09%) e hotel (3,57%). Apenas o cinema registrou queda de 1,36% entre os serviços analisados, enquanto os demais mantiveram pressão inflacionária.

O economista do FGV Ibre Matheus Dias avalia que “o atual cenário reflete tanto pressões de custos quanto a resiliência da demanda por serviços de lazer, hospedagem e cuidados pessoais, evidenciando a persistência da inflação no setor de serviços, mesmo em uma conjuntura que a política monetária esteja em nível restritivo.”

Pelo lado dos produtos mais comumente escolhidos como presente, a cesta teve um aumento médio de 2,84%. As maiores altas vieram principalmente dos cosméticos e cuidados pessoais: bombons e chocolates (15,80%), xampu, condicionador e creme (7,86%), produtos para barba (5,70%) e perfume (4,93%). Por outro lado, alguns produtos apresentaram alívio: cintos e bolsas (-0,74) e aparelhos celulares (-2,40%) registraram as menores quedas entre os produtos selecionados.

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O economista destaca o comportamento atual desses produtos:

“Em contraste com o ano passado, quando o aumento dos preços estava mais concentrado em serviços, observamos hoje que múltiplos fatores estão afetando tanto serviços quanto produtos. Isso pode ocorrer devido ao repasse mais elevado do dólar – resultado da desvalorização mais intensa do real entre o final de 2024 e início de 2025 – impactando produtos e insumos importados como perfumes. Além disso, há problemas de oferta, como no caso do chocolate, que ainda enfrenta questões estruturais na produção do cacau. O resultado é um cenário mais desafiador para a escolha dos presentes.

Já de acordo com um levantamento realizado pelo PiniOn, empresa de pesquisa de mercado especializada em dados competitivos e comportamentais, 67,1% dos que já estão ou já estiveram em um relacionamento afirmam comemorar a data. Entre eles, 42,8% dizem gastar entre R$ 50 e R$ 150 com o par.

Mesmo com o orçamento apertado para muitos, a disposição para celebrar o amor segue firme. Tanto que, 24,7% dos entrevistados já haviam comprado algum presente até 27 de maio deste ano, duas semanas antes da data.

Surpresas criativas e românticas lideram como principal escolha (27,4%), superando itens materiais e até experiências gastronômicas. Ainda assim, roupas e perfumes permanecem sendo os presentes mais buscados. Os respondentes que têm mulheres como parceiras apontaram roupa (38,2%) e perfume (37,1%) como os itens que mais presenteiam. Já os respondentes que têm homens como parceiros, também apontaram roupa (60,6%) e perfume (45%) como os presentes mais frequentes.

Além disso, 31,6% dos entrevistados investem de R$ 150 a R$ 300. Já, 2,5% afirmam gastar acima de R$ 1.000.

Entre os que irão gastar acima de R$ 1.000, a faixa etária que mais apareceu foi a de 18 a 24 anos, revelando um comportamento de consumo mais impulsivo entre os jovens. Já o Centro-Oeste é a região que mais comemora e também a que apresenta maior índice de gastos acima de R$ 1.000. O Nordeste, por outro lado, lidera entre os que gastam menos de R$ 50.

Os homens, por sua vez, afirmam comemorar mais o Dia dos Namorados do que as mulheres: Enquanto 70,9% dos homens disseram aproveitar a data, essa taxa cai para 64% com as mulheres.

Essa métrica, somada ao fato de que eles também lideram os gastos acima de R$ 150, reforça uma tendência: o público masculino está mais presente financeiramente nas comemorações da data. O curioso é que essa tendência não se limita ao Dia dos Namorados. Pesquisa anterior realizada pelo PiniOn em março também mostrou que os homens lideravam a intenção de compra para o Dia do Consumidor, reforçando um padrão de maior engajamento masculino em datas significativas.

O levantamento de agora foi realizado em maio com 1.237 entrevistados em todas as regiões do país.

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