ICI cai e mostra efeitos do coronavírus na confiança da indústria

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O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas recuou 3,9 pontos em março, para 97,5 pontos. Apesar do resultado negativo, a média do ICI no primeiro trimestre de 2020 (99,9 pontos) é 2,7 pontos maior do que no quarto trimestre de 2019 (97,2 pontos).

"O resultado do mês mostra os primeiros efeitos da pandemia de coronavírus sobre a confiança da indústria. O ICI registrou a maior queda desde março de 2015 (6,6 pontos), quando ocorreram as primeiras manifestações contra o governo Dilma Rousseff. O Nuci, que é o Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria, e a percepção dos empresários sobre a demanda e a situação dos negócios sugerem que a produção industrial pode já ter sido impactada. Além disso, a forte deterioração das expectativas, principalmente de bens de consumo duráveis, chama atenção para o cenário de incerteza que desponta para os próximos meses", comenta Renata de Mello Franco, economista d Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV.

Em março, a confiança recuou em 14 dos 19 segmentos industriais pesquisados. O resultado negativo é reflexo da piora da percepção dos empresários sobre a situação atual, mas principalmente pela deterioração das expectativas para os próximos três e seis meses. O Índice de Expectativas (IE) caiu 5,6 pontos, para 96,2 pontos. Da mesma forma, o Índice de Situação Atual decresceu 2,1 pontos, para 98,8 pontos.

Neste mês, a maior contribuição para o IE veio da piora das expectativas dos empresários sobre a produção nos próximos três meses. O Indicador de produção prevista diminuiu 7,5 pontos, para 92,1 pontos, o menor valor desde abril de 2017 (92,0 pontos). Em relação aos demais indiciadores, os que medem a tendência dos negócios nos próximos seis meses e o volume de pessoal ocupado nos próximos três meses caíram, respectivamente, 6,6 pontos (para 98,3 pontos) e 2,4 pontos (98,6 pontos).

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No tocante ao momento presente, apesar das avaliações do setor sobre o nível dos estoques ter melhorado (o indicador passou de 99,9 pontos para 104,2 pontos), houve deterioração em relação à demanda e à situação atual dos negócios. Ambos os indicadores apresentaram queda, com destaque para a variação de -5,8 pontos do indicador de demanda total, que atingiu 95,1 pontos, o menor valor desde agosto de 2017 (88,2 pontos).

O Nuci recuou 0,9 ponto percentual (p.p.), para 75,3%. Em médias móveis trimestrais, o mesmo Nuci permaneceu no nível de 75,6%.

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