O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) caiu 0,17% em março. No mês anterior, a taxa havia sido -0,65%. Com esse resultado, o índice acumula queda de -0,40% no ano e de -4,05% em 12 meses. Em março de 2023, o índice variara 0,05% no mês e acumulava elevação de 1,12% em 12 meses. Os dados são do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
“O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) é dividido em três principais categorias de produção, cada uma registrando acréscimos em suas taxas de variação. Dentre os bens finais, o item que exerceu maior influência sobre o índice foi o subitem ovos, que apresentou uma variação significativa de -1,80% para 12,44%. No segmento dos bens intermediários, o destaque ficou por conta do óleo diesel, cuja taxa de variação se ajustou de -4,25% para 0,00%, indicando uma estabilização nos preços. Por fim, no que se refere às matérias-primas brutas, a soja teve papel preponderante ao contribuir para uma redução menos acentuada na taxa de variação do grupo, passando de -15,01% para -4,92%. Estas mudanças sublinham dinâmicas importantes no índice ao produtor”, conforme analisado por André Braz, economista do Ibre.
Em março, observou-se uma queda de 0,40% no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), marcando uma redução menor em comparação à registrada no mês anterior, de -1,08%. Analisando os estágios de processamento mais detalhadamente, nota-se que os preços dos bens finais tiveram um leve aumento, variando de 0,33% em fevereiro para 0,49% em março. Esse incremento foi influenciado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, que viu sua taxa aumentar de 3,90% para 5,56%. Por outro lado, o índice relativo a bens finais (ex), com exceção dos subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, apresentou uma queda de 0,10% em março, um decréscimo ligeiramente maior do que o de -0,09% observado no mês precedente.
Em março, houve uma notável mudança no grupo de bens intermediários, cuja taxa se recuperou de uma queda de -0,93% em fevereiro para um aumento modesto de 0,07%. Esta virada foi primordialmente impulsionada pela recuperação nos preços do subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, que viu sua taxa passar de um declínio significativo de -3,36% para um crescimento de 0,61%. Excluindo-se o impacto deste subgrupo, o índice de bens intermediários (ex) registrou uma leve queda de 0,02% em março, uma melhora em relação à redução de 0,48% vista no mês anterior.
O índice do grupo matérias-primas brutas passou de -2,63% em fevereiro para -1,85% em março. As principais contribuições para a taxa menos negativa do grupo partiram dos seguintes itens: soja em grão (-15,01% para -4,92%), milho em grão (-4,99% para -2,77%) e laranja (9,33% para 15,76%). Em sentido descendente, os movimentos mais relevantes ocorreram nos seguintes itens: minério de ferro (-1,05% para -6,51%), mandioca/aipim (10,45% para -2,41%) e arroz em casca (1,71% para -8,35%).
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou uma variação de 0,48% em março, indicando um ritmo de crescimento mais lento em comparação com o aumento de 0,62% observado em fevereiro. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, três tiveram uma desaceleração nas suas taxas de variação. Educação, leitura e recreação reduziram de 1,23% para -1,49%, alimentação passou de 1,37% para 0,88%, e despesas diversas moderaram de 1,80% para 1,38%. Essa tendência foi influenciada principalmente por ajustes nos preços de cursos formais, que estagnaram em 0,00% após um aumento de 3,99%, hortaliças e legumes, que tiveram um aumento menos acentuado, de 8,65% para 2,24%, e serviços bancários, cuja taxa de variação diminuiu de 2,86% para 2,30%.
Por outro lado, houve avanço nas taxas de variação de vários grupos do Índice de Preços ao Consumidor em março. De forma destacada, transportes aceleraram de 0,14% para 0,87%, refletindo um aumento significativo na mobilidade. Habitação também viu um crescimento de 0,13% para 0,55%, evidenciando custos residenciais mais elevados. Além disso, o segmento de vestuário reverteu sua tendência anterior, passando de uma queda de -0,20% para um modesto aumento de 0,08%. Saúde e cuidados pessoais tiveram um leve acréscimo em sua variação, de 0,41% para 0,47%, enquanto comunicação subiu de 0,29% para 0,31%.
Dentre os itens que mais contribuíram para estas mudanças, destacam-se: a gasolina, com um expressivo salto de 0,19% para 2,69%, impulsionando o grupo de transportes; o aluguel residencial, que saiu de uma redução de -0,53% para um aumento de 3,78%, impactando o grupo habitação; roupas, que se recuperaram levemente de -0,36% para 0,13%, contribuindo para a variação no vestuário; medicamentos em geral, que passaram de -0,07% para 0,14%, afetando saúde e cuidados pessoais; e a mensalidade para TV por assinatura, que aumentou de 0,30% para 1,28%, refletindo nas despesas de comunicação.
Em março, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma variação de 0,27%, mostrando um aumento em relação à taxa de 0,10% observada no mês anterior. Analisando os componentes do INCC, observamos movimentações distintas entre os grupos. Materiais e equipamentos viram uma recuperação, passando de uma ligeira retração de -0,05% em fevereiro para um crescimento de 0,34% em março. Por outro lado, serviços, que haviam aumentado 0,58% em fevereiro, apresentaram uma variação quase nula de -0,01% em março. Já a mão de obra manteve-se praticamente estável, com uma leve diminuição na sua taxa de variação, de 0,23% para 0,21%.
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