Índice do aluguel tem queda de 0,52% e alivia preços de alimentos

Segundo o Ibre, alimentos processados, cuja taxa evoluiu de 1,19% para -0,65% no mesmo intervalo, impulsionaram decréscimo

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Feira Livre (Foto: Internet)
Feira Livre (Foto: Internet)

“O IGP-M trouxe alívio no preço dos alimentos, mostrando que o fenômeno climático El Niño não tem interferido com força. Já era esperada uma queda de 0,50% de deflação, mas este veio acima, atingindo 0,52%, trazendo estabilidade para o poder de compra do brasileiro, neste segmento de consumo fundamental para qualquer família. Também há de lembrar que a soja e milho tem um grande peso sobre a montagem do preço no índice, e apesar de estamos em plena colheita, no acumulado nos últimos 12 meses, ouve uma queda expressiva de 3,76%”, explica Volnei Eyng, economista e CEO da Multiplike sobre a queda do índice do aluguel, neste mês de fevereiro. Os números são do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Índice demonstrou redução em relação ao mês anterior, quando apresentou alta de 0,07%. Com esse resultado, o índice acumula queda de 0,45% no ano. Em fevereiro de 2023, o índice tinha registrado taxa de -0,06% no mês e acumulava aumento de 1,86% em 12 meses anteriores.

“Apesar de o El Niño ter prejudicado algumas safras brasileiras, não se observa uma redução generalizada na produção agrícola nacional”, destaca André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Ibre.

Segundo ele, “contrabalanceando esse cenário, a ampliação da oferta global de grãos promete atenuar as pressões inflacionárias sobre os preços dos alimentos no Brasil, proporcionando um alívio moderado à inflação. Especificamente, os mercados da soja e do milho revelam uma queda acentuada nos preços, evidenciando as dinâmicas de oferta e demanda globais, com a soja recuando para uma baixa de 14,18% e o milho para 7,11%”.

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Em fevereiro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,90%, uma queda mais intensa que à observada em janeiro, quando registrou -0,09%. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de bens finais registrou um aumento de 0,35% em fevereiro, porém inferior a taxa de 1,06% registrada no mês anterior. Esse decréscimo foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos processados, cuja taxa evoluiu de 1,19% para -0,65% no mesmo intervalo. Além disso, o índice correspondente a bens finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, também apresentou uma desaceleração, passando de 0,58% em janeiro para -0,25% em fevereiro.

A taxa do grupo caiu 0,42% em fevereiro, menos negativa do que a registrada no mês anterior, de -1,62%. O principal fator que influenciou esse movimento foi o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -6,73% para -1,52%. O índice de (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) caiu 0,22% em fevereiro, após queda de 0,63% observada em janeiro.

soja (Foto: arquivo)
Grãos de soja (Foto: arquivo)

O estágio das matérias-primas brutas apresentou variação de -2,67% em fevereiro, um índice significativamente menor do que a alta de 0,49% registrada em janeiro. A desaceleração deste grupo foi principalmente influenciada por itens chave, tais como a soja em grão, que intensificou a queda de -5,98% para -14,18%, o milho em grão, cuja taxa diminuiu de 6,22% para -7,11%, e o minério de ferro, que inverteu sua trajetória de um aumento de 2,87% para uma queda de 1,22%. Em contraste, alguns itens tiveram um comportamento de alta, entre os quais se destacam o leite in natura, que se alterou de -0,06% para 4,42%, a cana-de-açúcar, com variação de -1,51% para -0,37%, e a mandioca/aipim, que teve um aumento de 1,43% para 4,11%.

Em fevereiro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou uma variação de 0,53%, recuando em relação à taxa de 0,59% observada em janeiro. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, três delas exibiram desaceleração em suas taxas de variação. O maior impacto veio do grupo educação, leitura e recreação, cuja taxa de variação decresceu de 2,11% para 0,11%. Dentro desta classe de despesa, é importante destacar o recuo significativo no preço dos cursos formais, que passou de 4,78% na medição anterior para 2,04% na atual.

Também apresentaram recuo em suas taxas de variação os grupos alimentação (1,62% para 1,09%) e vestuário (0,16% para -0,17%). Vale destacar o comportamento dos seguintes itens dentro dessas classes de despesa: hortaliças e legumes (12,41% para 7,10%) e serviços do vestuário (1,50% para 0%).

Frutas e legumes (foto MST)
Frutas e legumes (foto MST)

Entretanto, os grupos transportes (-0,16% para 0,45%), despesas diversas (0,10% para 1,52%), saúde e cuidados pessoais (0,19% para 0,51%), comunicação (-0,07% para 0,46%) e habitação (0,16% para 0,19%) exibiram crescimento em suas taxas de variação. Dentro destas classes de despesa, é importante destacar os itens: gasolina (-0,74% para 1,37%), serviços bancários (0,09% para 2,23%), artigos de higiene e cuidados pessoais (-0,38% para 0,78%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,16% para 0,86%) e aluguel residencial (-0,88% para 1,16%).

Em fevereiro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma variação de 0,20%, um valor ligeiramente inferior à taxa de 0,23% observada em janeiro. Analisando os três grupos constituintes do INCC, observam-se as seguintes variações na transição de janeiro para fevereiro: o grupo materiais e equipamentos apresentou uma elevação, passando de 0,09% para 0,20%; o grupo serviços teve um aumento de 0,20% para 0,49%; e o grupo mão de obra registrou recuo, variando de 0,42% para 0,16%.

Matéria atualizada, às 21h19, para inserir informações sobre o alívio no preço dos alimentos.

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