Os contratos de locação residencial em andamento, com aniversário em dezembro e correção pelo IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), poderão ser reajustados em 6,33%. Esse é o percentual do IGP-M, divulgado, nesta quinta-feira, pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), no acumulado em 12 meses (dezembro de 2023 a novembro de 2024). Em novembro, o indicador teve uma variação de 1,30%.
O IGP-M é um dos principais indicadores utilizados para reajuste contratual, por ser divulgado ainda dentro do mês de referência. Para facilitar o cálculo do novo aluguel, o Secovi-SP divulga fator de atualização, que no caso é de 1,0633.
Por exemplo, para atualizar um aluguel de R$ 2.000,00 que vigorou até novembro de 2024, realiza-se a multiplicação de R$ 2.000,00 por 1,0633.O resultado (R$ 2.126,60) corresponde ao valor a ser pago no final do mês de dezembro ou início de janeiro.
Seguem os fatores de reajuste dos últimos meses:
Contrato com aniversário em dezembro/2024 e pagamento em janeiro/2025: 1,0633
Contrato com aniversário em novembro/2024 e pagamento em dezembro/2024: 1,0559
Contrato com aniversário em outubro/2024 e pagamento em novembro/2024: 1,0453
Contrato com aniversário em setembro/2024 e pagamento em outubro/2024: 1,0426
Contrato com aniversário em agosto/2024 e pagamento em setembro/2024: 1,0382
Contrato com aniversário em julho/2024 e pagamento em agosto/2024: 1,0245
Contrato com aniversário em junho/2024 e pagamento em julho/2024: 0,9966
Contrato com aniversário em maio/2024 e pagamento em junho/2024: 0,9696
Contrato com aniversário em abril/2024 e pagamento em maio/2024: 0,9574
Contrato com aniversário em março/2024 e pagamento em abril/2024: 0,9624
Contrato com aniversário em fevereiro/2024 e pagamento em março/2024: 0,9668
Commodities agropecuária
De acordo com Matheus Dias, economista do FGV IBRE, o índice desacelerou em relação a outubro, quando havia registrado alta de 1,52%. Com esse desempenho, o índice acumula elevação de 5,55% no ano e de 6,33% nos últimos 12 meses. Em novembro de 2023, o IGP-M havia apresentado aumento de 0,59% no mês e acumulava queda de 3,46% em 12 meses.
“Semelhante ao mês de outubro, a alta do IGP foi influenciada por commodities agropecuárias. No IPA, os principais destaques foram a carne bovina, o milho e a soja. Assim como ocorreu no IPA, nos preços ao consumidor, as carnes bovinas continuam sendo a principal influência. Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção registrou desaceleração mais intensa em materiais, equipamentos e serviços, contribuindo para menor pressão em novembro”, frisou Dias.
IPA
Segundo o economista, em novembro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 1,74%, registrando mais uma alta expressiva, porém em menor magnitude, quando comparada a taxa de 1,94% observada em outubro. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais subiu 1,25% em novembro, taxa inferior em relação ao mês anterior, quando registrou alta de 1,36%.
Esse decréscimo foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos processados, cuja taxa passou de 4,38% para 3,34%. Além disso, o índice correspondente a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, passou de 1,88% em outubro para 1,50% em novembro.
A taxa do grupo Bens Intermediários subiu 0,22% em novembro, superior à do mês anterior, quando registrou taxa de 0,13%. O principal fator que influenciou esse avanço foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -2,13% para -0,55%. O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) subiu 0,36% em novembro, porém inferior a alta de 0,52% em outubro.
O estágio das Matérias-Primas Brutas subiu 3,90% em novembro, após registrar alta de 4,59% em outubro. A desaceleração deste grupo foi influenciada principalmente por itens chave, tais como o minério de ferro, que recuou de uma alta de 7,20% para uma taxa de 2,37%, a laranja, cuja taxa desacelerou de 17,55% para 7,77%, e o leite in natura, que reduziu de 1,66% para -0,95%.
Em contraste, alguns itens tiveram um comportamento oposto, entre os quais se destacam os bovinos, que acelerou de 11,33% para 13,57%, o café em grão, que subiu de 2,43% para 6,01% e o milho em grão, que avançou a alta em sua taxa de 6,87% para 8,85%.
IPC
Em novembro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou uma taxa de 0,07%, apresentando desaceleração em relação ao mês anterior, quando o índice teve um aumento de 0,42%. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, seis apresentaram recuos nas suas taxas de variação: Habitação (1,35% para -0,93%), Despesas Diversas (1,08% para 0,49%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,35% para 0,16%), Educação, Leitura e Recreação (-0,02% para -0,16%), Vestuário (0,23% para 0,04%) e Comunicação (0,14% para 0,03%). Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: tarifa de eletricidade residencial (5,51% para -4,57%), serviços bancários (1,22% para 0,05%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,53% para -0,44%), passagem aérea (-0,11% para -1,92%), calçados (0,76% para 0,08%) e mensalidade para TV por assinatura (1,06% para 0,00%).
Em contrapartida, os grupos Alimentação (0,13% para 1,01%) e Transportes (-0,12% para 0,14%) exibiram avanços em suas taxas de variação. Dentro destas classes de despesa, merecem destaques os itens: carnes bovinas (3,10% para 6,10%) e gasolina (-0,34% para 0,03%).
Construção
Em novembro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma alta de 0,44%, um valor inferior à taxa de 0,67% observada em outubro. Analisando os três grupos constituintes do INCC, observam-se desaceleração nas suas respectivas taxas de variação na transição de outubro para novembro: o grupo Materiais e Equipamentos passou de 0,72% para 0,40%; o grupo Serviços variou de 0,70% para 0,09%; e o grupo Mão de Obra recuou de 0,60% para 0,54%.
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