A melhora dos indicadores, confundidos, inocentemente ou não, por alguns com a economia real, pode ser resumida em três palavras: liquidez internacional e Fed. Com o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) mantendo a taxa de juros em 1%, a menor dos últimos anos, política seguida pelos BCs da Europa e do Japão, os capitais especulativos estão correndo para os mais diferentes rincões do planeta em busca de remuneração generosa. Na primeira alta da taxa dos EUA, que muitos analistas prevêem que pode acontecer no início de 2004, os capitais se retiram tão rapidamente quanto entraram, causando os já conhecidos estragos.
Mercantilização
A nota publicada aqui, anteontem, sobre o vale-tudo em que foi transformada a educação no Brasil calou fundo em alguns leitores. Uma professora de um dos mais tradicionais cursos de inglês do país contou que, como o número mínimo de alunos para uma turma ser mantida é oito, muitos mestres se sentem pressionados para não reprovar estudantes, mesmo os sabidamente mais fracos. A mesma escolha de Sofia se dá quando os professores têm de preencher a avaliação de alunos cujas mensalidades são pagas por empresas que exigem garantia do investimento feito. Como a avaliação é assinada, a opção é colocar o próprio nome em risco ou se arriscar a perder “o cliente” – como a instituição se refere aos alunos – e atrair a ira do gerente.
Racha
Também os professores de universidades públicas poderão se ver frente a uma escolha de Sofia. Nos bastidores do MEC se fala que os próximos aumentos dos salários de funcionários e professores da União dependerão da cobrança de taxas dos formandos – engendra-se uma forma de ressarcimento dos gastos públicos na educação. Com a proposta de condicionar reajustes salariais a essa cobrança, vai se colocar em xeque até que ponto vai a ideologia dos professores.
Pote de ouro
Se a idéia é cobrar de profissionais formados em universidades públicas o valor do curso para ressarcir o Estado (como se já não pagássemos impostos), essa coluna reafirma proposta feita há alguns meses: cobrar um pequeno percentual do lucro de ex-integrantes da equipe econômica que fazem carreira pública para depois virar banqueiros.
Felicidade
A Associação e o Sindicato dos Bancos do Rio de Janeiro promoverão, na próxima terça-feira, palestra com o consultor e psicólogo Nei Loja, destinada a profissionais de Recursos Humanos, sob o título “Uma nova maneira de ser feliz na vida pessoal e nas organizações”. Também na próxima semana as duas entidades promovem curso sobre o uso eficaz do telefone. Informações em (21) 2253-1538 / 2203-2188 ou [email protected]
Medalha
O vereador carioca Ricardo Maranhão, líder do PSB, será homenageado pelo Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro no próximo dia 11, com a medalha Antonio Houaiss, pelos relevantes serviços prestados à cultura brasileira.
OPTou
Pergunta que os professores de ética gostariam de fazer ao presidente nacional do PT, José Genoino: o que você acha de um partido que expulsa a senadora Heloísa Helena e defende o governador de Roraima, Flamarion Portela?