A importação de bicicletas no Brasil diminuiu 28,5% em 2020 em relação a 2019. No total, o país trouxe de fora 57.884 mil exemplares do veículo ano passado, ante 80.957 em 2019. Já em valores, houve um aumento de 17,5%, com uma movimentação de US$ 28.196 mil, cerca de R$ 162.355 mil. Os dados são da LogComex, startup especializada em inteligência de dados para importação e exportação.
Na lista de países fornecedores, China (incluindo Taiwan) lidera a exportação para o Brasil com 52,11% (somando os dois) e Vietnã (9,40%). O principal modal utilizado para transporte da mercadoria é o marítimo, com 92,79%, seguido do aéreo (6,44%) e rodoviário, com apenas 0,76%. As maiores portas de entrada das bicicletas são os portos de Vitória (ES), Itajaí (SC), São Francisco do Sul (SC) e Santos (SP).
Os dados surgem em meio a uma polêmica sobre a redução do imposto de importação de bicicletas, anunciada em fevereiro, que diminuiria a alíquota gradualmente de 35% para 20%. A alíquota chegou a ser reduzida de 35% para 31% em 1º de março. Porém, no dia 17 de março, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Ministério da Economia, revogou a resolução após reclamações dos fabricantes nacionais e da bancada federal do Amazonas no Congresso Nacional.
A Zona Franca de Manaus, onde foram produzidas 665 mil bicicletas em 2020, seria uma das potenciais atingidas pelo aumento da concorrência com as bicicletas fabricadas em outros países, segundo o governo amazonense e empresários da região.
Para evitar o uso do transporte coletivo, cresceu em 50% a compra de bicicletas entre os brasileiros durante o primeiro ano da pandemia, enquanto a produção caiu. A indústria de bicicletas produziu 56.078 unidades em fevereiro, mas segue impactada pela falta de insumos. De acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), o volume é 1,6% inferior ao registrado em janeiro (56.981 unidades) e 7,2% menor na comparação com as 60.398 unidades produzidas no mesmo mês do ano passado. Ainda de acordo com dados da associação, foram fabricadas 113.059 bicicletas no primeiro bimestre de 2021, o que representa uma retração de 3,2% na comparação com o mesmo período de 2020 (116.808 unidades). Atualmente o Brasil é o quarto produtor mundial de bicicletas, com uma frota nacional de mais de 70 milhões de unidades, segundo a Abraciclo.
Para evitar as aglomerações dos transportes públicos, cerca de 38% dos brasileiros que não possuem veículo próprio, acreditam que as bicicletas são a melhor opção para se deslocarem, de acordo com os dados divulgados pelo Datafolha.
Com o propósito de deixar as cidades mais seguras para os ciclistas, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), apresentou algumas novas regras. A partir de abril, os carros deverão diminuir a velocidade ao ultrapassar um ciclista de forma compatível com a segurança do trânsito, essa regra passa a ser gravíssima e o infrator deverá pagar uma multa de R$ 293,47 e levará sete pontos na carteira.
Outra regra que entra em vigor é a proibição para automóveis pararem, estacionarem para embarque e desembarque nas ciclofaixas e ciclovias. Caso ocorra, o infrator terá que pagar uma multa de R$ 195,23 e levará cinco pontos na carteira.
Em 2020, a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), apresentou um crescimento de 50% no número de vendas em comparação a 2019. Devido à alta procura por bicicletas, o mercado de seguros nesse segmento teve um crescimento de 162% durante o segundo trimestre de 2020.
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