O superávit da balança comercial caiu em junho, para US$ 6,711 bilhões. O resultado representa queda de 33,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, mas é o quarto melhor para meses de junho; o recorde do mês ocorreu em 2021, quando ficou em US$ 10,414 bilhões. As quedas nos preços da soja e do milho reduziram as exportações. Pelo lado das importações, pesou o forte aumento na compra de veículos elétricos. A importação de veículos automóveis de passageiros alcançou US$ 1,984 bilhão em junho de 2024, alta de 432% sobre junho de 2023, quando foram importados apenas US$ 373 milhões. Os veículos elétricos respondem pela maior parte das compras. Como em julho o Imposto de Importação mais que dobrou, passando de 12% para 25%, muitas montadoras estrangeiras anteciparam as compras para aproveitar a alíquota menor.
A participação de veículos automóveis de passageiros nas importações saltou de 1,91%, em junho do ano passado, para 8,88% em junho de 2024. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
A balança comercial acumula superávit de US$ 42,31 bilhões no primeiro semestre deste ano, com queda de 5,2% em relação aos mesmos meses do ano passado. Esse é o segundo maior resultado para o período desde o início da série histórica, em 1989, só perdendo justamente para 2023.
Em relação ao resultado mensal, as exportações subiram levemente, enquanto as importações cresceram mais. Em junho, o Brasil vendeu US$ 29,044 bilhões para o exterior, alta de 1,4% em relação ao mesmo mês de 2023. As compras do exterior somaram US$ 22,333 bilhões, alta de 3,9%.
No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu 2%, puxado pela alta nas vendas de café, de combustíveis e de petróleo bruto, mas os preços caíram 2,2% em média na comparação com junho de 2023. Nas importações, a quantidade comprada subiu 22,3%, mas os preços médios recuaram 6,7%.
Após baterem recorde em 2022, após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, as commodities recuam desde a metade de 2023. A principal exceção é o minério de ferro, cuja cotação vem reagindo por causa dos estímulos econômicos da China, a principal compradora do produto.
Apesar da queda no superávit em junho, o governo revisou para cima a projeção de superávit comercial para 2024. A estimativa subiu de US$ 73,5 bilhões para US$ 79,2 bilhões, queda de 19,9% em relação a 2023. Na previsão anterior, a queda estava estimada em 25,7%. A próxima projeção será divulgada em outubro.
Segundo o Mdic, as exportações subirão 1,7% este ano na comparação com 2023, encerrando o ano em US$ 345,4 bilhões. As importações subirão 10,6% e fecharão o ano em US$ 266,2 bilhões. As compras do exterior deverão subir por causa da recuperação da economia, que aumenta o consumo, num cenário de preços internacionais menos voláteis do que no início do conflito entre Rússia e Ucrânia.
Exportações para Argentina caem pela metade
A crise na Argentina também ajudou a derrubar o saldo comercial. Em junho de 2024, as exportações para o país vizinho caíram 50,8% e somaram apenas US$ 0,96 bilhões. As importações aumentaram 8,8% e totalizaram US$ 1,01 bilhão. Assim, a balança comercial apresentou déficit de US$ 50 milhões, e a corrente de comércio diminuiu 31,6%.
No acumulado do primeiro semestre de 2024, em relação a igual período do ano anterior, as vendas para a Argentina caíram 37,6% e atingiram US$ 5,88 bilhões. As importações cresceram 2,4% e chegaram a US$ 6,07 bilhões. Com isto, neste período, a balança comercial para este país apresentou saldo negativo de US$ 190 milhões, e a corrente de comércio reduziu-se em 22,2%, totalizando US$ 11,96 bilhões.
A economia da Argentina encolheu 5,3% no primeiro trimestre de 2024, resultado das políticas de cortes sem limites implantadas por Milei. A pobreza no país deve passar de 50%.
Com Agência Brasil