Importação de veículos elétricos salta mais de 400% e impacta balança comercial

Superávit caiu em junho, com aumento de US$ 1,6 bi em importação de veículos elétricos, mas governo eleva previsão para o ano

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Veículos elétricos para exportação em um terminal do porto de Taicang, China
Esta foto aérea tirada em 11 de julho de 2023 mostra veículos de nova energia para exportação em um terminal do porto de Taicang, província de Jiangsu, no leste da China. (Foto de Ji Haixin/Xinhua)

O superávit da balança comercial caiu em junho, para US$ 6,711 bilhões. O resultado representa queda de 33,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, mas é o quarto melhor para meses de junho; o recorde do mês ocorreu em 2021, quando ficou em US$ 10,414 bilhões. As quedas nos preços da soja e do milho reduziram as exportações. Pelo lado das importações, pesou o forte aumento na compra de veículos elétricos. A importação de veículos automóveis de passageiros alcançou US$ 1,984 bilhão em junho de 2024, alta de 432% sobre junho de 2023, quando foram importados apenas US$ 373 milhões. Os veículos elétricos respondem pela maior parte das compras. Como em julho o Imposto de Importação mais que dobrou, passando de 12% para 25%, muitas montadoras estrangeiras anteciparam as compras para aproveitar a alíquota menor.

A participação de veículos automóveis de passageiros nas importações saltou de 1,91%, em junho do ano passado, para 8,88% em junho de 2024. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Importação de veículos elétricos foi antecipada para evitar aumento de imposto
Carro elétrico ligado na tomada (foto de José Cruz, ABr)

A balança comercial acumula superávit de US$ 42,31 bilhões no primeiro semestre deste ano, com queda de 5,2% em relação aos mesmos meses do ano passado. Esse é o segundo maior resultado para o período desde o início da série histórica, em 1989, só perdendo justamente para 2023.

Em relação ao resultado mensal, as exportações subiram levemente, enquanto as importações cresceram mais. Em junho, o Brasil vendeu US$ 29,044 bilhões para o exterior, alta de 1,4% em relação ao mesmo mês de 2023. As compras do exterior somaram US$ 22,333 bilhões, alta de 3,9%.

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No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu 2%, puxado pela alta nas vendas de café, de combustíveis e de petróleo bruto, mas os preços caíram 2,2% em média na comparação com junho de 2023. Nas importações, a quantidade comprada subiu 22,3%, mas os preços médios recuaram 6,7%.

Após baterem recorde em 2022, após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, as commodities recuam desde a metade de 2023. A principal exceção é o minério de ferro, cuja cotação vem reagindo por causa dos estímulos econômicos da China, a principal compradora do produto.

Apesar da queda no superávit em junho, o governo revisou para cima a projeção de superávit comercial para 2024. A estimativa subiu de US$ 73,5 bilhões para US$ 79,2 bilhões, queda de 19,9% em relação a 2023. Na previsão anterior, a queda estava estimada em 25,7%. A próxima projeção será divulgada em outubro.

Segundo o Mdic, as exportações subirão 1,7% este ano na comparação com 2023, encerrando o ano em US$ 345,4 bilhões. As importações subirão 10,6% e fecharão o ano em US$ 266,2 bilhões. As compras do exterior deverão subir por causa da recuperação da economia, que aumenta o consumo, num cenário de preços internacionais menos voláteis do que no início do conflito entre Rússia e Ucrânia.

Exportações para Argentina caem pela metade

A crise na Argentina também ajudou a derrubar o saldo comercial. Em junho de 2024, as exportações para o país vizinho caíram 50,8% e somaram apenas US$ 0,96 bilhões. As importações aumentaram 8,8% e totalizaram US$ 1,01 bilhão. Assim, a balança comercial apresentou déficit de US$ 50 milhões, e a corrente de comércio diminuiu 31,6%.

No acumulado do primeiro semestre de 2024, em relação a igual período do ano anterior, as vendas para a Argentina caíram 37,6% e atingiram US$ 5,88 bilhões. As importações cresceram 2,4% e chegaram a US$ 6,07 bilhões. Com isto, neste período, a balança comercial para este país apresentou saldo negativo de US$ 190 milhões, e a corrente de comércio reduziu-se em 22,2%, totalizando US$ 11,96 bilhões.

A economia da Argentina encolheu 5,3% no primeiro trimestre de 2024, resultado das políticas de cortes sem limites implantadas por Milei. A pobreza no país deve passar de 50%.

Com Agência Brasil

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