A ONG britânica Oxfam calcula que um imposto de 3% sobre a riqueza acima de US$ 1 bilhão arrecadaria US$ 50 bilhões apenas dos 10 americanos mais ricos – o suficiente para fornecer assistência alimentar por um ano a 22,5 milhões de pessoas. A Oxfam divulgou estudo em que mostra que os 10 super-ricos dos EUA ficaram US$ 365 bilhões ainda mais ricos de abril de 2024 a abril de 2025, apesar da retração das riquezas após a posse de Donald Trump – movimento já superado e compensado.
O aumento de riqueza equivale a um ganho de aproximadamente US$ 1 bilhão por dia para esses super-ricos. Em contraste, o trabalhador típico dos EUA ganhou pouco mais de US$ 50 mil em 2023, informa a rede CNN.
Seriam necessários 726 mil anos para 10 trabalhadores estadunidenses com ganhos medianos acumularem a riqueza dos super-ricos. A Oxfam baseou o levantamento na Lista de Bilionários em Tempo Real da Forbes.
Elon Musk, a pessoa mais rica do mundo e CEO da Tesla, responde por pouco mais da metade do total dos ganhos de riqueza, com seu patrimônio líquido aumentando US$ 186,1 bilhões nesse período.
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Em outro estudo, divulgado no final de abril, a ONG britânica relatou que a remuneração mediana dos CEOs (executivos-chefes) aumentou 50% em relação aos US$ 2,9 milhões que recebiam em 2019 (ajustado pela inflação), enquanto os salários médios dos trabalhadores subiram apenas 0,9%.
A cada hora, bilionários acumulam mais riqueza do que um trabalhador médio ganha em um ano inteiro. A Oxfam e a Confederação Sindical Internacional (ITUC) pedem maiores impostos para os super-ricos para investir nas pessoas e no planeta.
O aumento da remuneração dos CEOs ocorre em meio a alertas de que os salários não acompanham o custo de vida. Embora a Organização Internacional do Trabalho (OIT) reporte um crescimento real de 2,7% nos salários globais em 2024, muitos trabalhadores viram seus rendimentos estagnarem.
Na França, África do Sul e Espanha, por exemplo, o aumento real dos salários foi de apenas 0,6% no último ano. Embora a desigualdade salarial tenha diminuído globalmente, ela permanece alta, especialmente em países de baixa renda, onde os 10% mais ricos detêm uma renda 3,4 vezes maior que os 40% mais pobres.